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EUA crescem menos do que era previsto e retomada perde fôlego

Alta do PIB no primeiro trimestre de 2012 fica aquém do necessário para reduzir o desemprego

Após série de dados positivos em 2011 para a economia, americanos tinham voltado a gastar mais

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Os Estados Unidos cresceram menos do que se pensava no primeiro trimestre deste ano, alimentando a preocupação de que a recuperação econômica iniciada em 2011 não mantenha o fôlego.

Segundo dados revisados anunciados ontem pelo governo, de janeiro a março o Produto Interno Bruto americano avançou 1,9% na taxa anualizada sobre o quarto trimestre de 2011, quando a economia havia crescido 3%.

A estimativa inicial para os três primeiros meses era de crescimento de 2,2%, já aquém do patamar que os economistas consideram mínimo para reduzir o desemprego no país (também 3%).

Segundo os dados revisados, o avanço foi limitado pelo aumento das importações e pela queda nos investimentos. Também pesaram os gastos dos governos federal, estaduais e locais.

A revisão pode afetar justamente aquilo que deu maior impulso para o PIB no trimestre, o crescimento dos gastos de consumo.

Após uma série de dados positivos no final de 2011, os americanos haviam aumentado sua confiança na economia e, portanto, voltado a gastar mais. A maré de boas notícias, porém, estancou.

Ontem, o Departamento do Trabalho anunciou que os novos pedidos por seguro-desemprego no país voltaram a crescer na última semana de maio, somando 383 mil -10 mil a mais do que na semana anterior. Na média da quadrissemana, os novos pedidos também avançaram para 374,5 mil.

Os números decepcionaram o mercado financeiro. Analistas ouvidos pela agência Bloomberg esperavam uma retração para 370 mil que mantivesse a melhora vista nos últimos 12 meses, quando o índice de desemprego passou de 9% a 8,1%.

Paralelamente, o setor privado, que tem sustentado sozinho a expansão de vagas, contratou abaixo do esperado em abril: foram 133 mil novos postos, segundo levantamento de empresa que imprime as folhas de pagamento.

São 20 mil a mais do que em abril, cujos dados foram revisados para baixo, mas não o suficiente para satisfazer os mercados. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 0,21% ontem.

O próprio presidente Barack Obama já manifestara dúvidas de que, dado o cenário global, a economia fosse capaz de manter o fôlego, e o mercado de trabalho, de sustentar a melhor performance.

REELEIÇÃO

O interesse de Obama não é apenas de presidente, mas de candidato à reeleição neste ano. Historicamente, o desempenho da economia, o desemprego e sobretudo a percepção do eleitor de que o cenário esteja melhorando influenciam a decisão de voto.

Além disso, a estancada nos EUA se soma a um cenário no qual a crise se agrava na Europa e a China começa a desacelerar.

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