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Coreia do Norte remove chefe do Exército e anuncia seu substituto

Ditadura de Kim Jong-un justifica medida por questões de saúde

Ed Jones - 13.abr.2012/France Presse
O ditador Kim Jong-un (à direita) durante evento, ao lado de Ri Young-ho (último à esq.)
O ditador Kim Jong-un (à direita) durante evento, ao lado de Ri Young-ho (último à esq.)

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ri Young-ho, 69, chefe do Exército da Coreia do Norte, foi removido ontem de todos seus cargos em um movimento inesperado tomado pela ditadura de Kim Jong-un.

A decisão foi acertada durante reunião do politburo anteontem, e culminou no expurgo de Ri da série de posições que ocupava no Partido dos Trabalhadores da Coreia.

A remoção foi justificada por doença não especificada, de acordo com a agência estatal KCNA. Mas "doença" é, por vezes, a camuflagem para manobras políticas envolvendo funcionários seniores.

Ele havia sido visto ao lado de Kim na semana passada, sem dar sinal de enfermidade.

Ri era tido como próximo de Kim Jong-il, pai do ditador, e tinha influência nos centros de poder de Pyongyang. Além disso, era uma espécie de tutor político do atual ditador.

O chefe do Exército era, ainda, visto como um dos responsáveis pela transição do poder do pai para o filho. A notícia teve ainda mais impacto pelo fato de o Exército ser um pilar fundamental no regime norte-coreano. O substituto de Ri, anunciado mais tarde, é Hyon Yong-chol.

Kim tem supreendido o país, conforme se estabiliza no poder. Na semana passada, ele causou frisson com aparições públicas aplaudindo ícones da cultura americana como Mickey e Rocky Balboa.

O ditador foi visto, também, ao lado de uma jovem misteriosa, apontada como sua mulher -no regime anterior, uma cena improvável.

Especulações dão conta de que Ri pode ter desagradado Jang Song-thaek, tio do ditador, e Choe Ryong-hae, influente membro do partido.

Ambos são vistos como forte influência na ditadura de Kim Jong-un, que assumiu o comando da Coreia do Norte após a morte de seu pai, em dezembro. Analistas apontam que, desde então, dezenas de militares foram removidos como parte da reestruturação das Forças Armadas.

Especialistas notam que Ri não recebera nenhuma promoção durante a convenção do partido em abril, sinal de que já vinha sendo preterido.

O lançamento desastroso de um foguete marcou negativamente esse mesmo mês.

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