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Desemprego americano sobe, apesar de mais vagas criadas

O índice de desemprego nos EUA subiu 0,1 ponto percentual em julho, para 8,3%, apesar de terem sido criados no mês passado 163 mil vagas, mais que nos dois meses anteriores somados e acima da expectativa do mercado.

A taxa de desemprego retornou ao nível de fevereiro após bater em 8,1% em abril.

O avanço é má notícia para o presidente Barack Obama, que tenta se reeleger em 6 de novembro: uma pesquisa do Gallup divulgada nesta semana mostra que criar empregos é uma grande prioridade para 92% dos eleitores.

Segundo outro levantamento do instituto, o republicano Mitt Romney é mais apto a fazê-lo para 50% do eleitorado (44% citam Obama).

Tanto a campanha de Obama como a de Romney buscaram ganhar pontos com o relatório de ontem. O presidente pressionou o Congresso a aprovar seu projeto de estímulo, enquanto o rival ressaltou o alto desemprego.

Julho é um mês atípico para o mercado de trabalho nos EUA, já que a oferta de emprego aumenta temporariamente por causa das férias escolares de verão.

Esse fato ajuda a explicar porque, apesar do aumento na criação de vagas, a taxa de desemprego subiu em julho.

A taxa é calculada a partir de uma pesquisa com residências, em que as pessoas respondem se têm emprego. E o dado das vagas é estimado sobre levantamentos com empresas, que listam os postos abertos. Vagas temporárias costumam causar a dissonância de percepções.

DESALENTO DIMINUI

Segundo o Departamento do Trabalho, 5,2 milhões de americanos estão desempregados há mais de seis meses, ou 40,7% do total dos que buscam trabalhar. Outros 8,2 milhões trabalham meio período por falta de opção.

Ainda assim, o número de pessoas que desistiram de procurar emprego por achar que não encontrarão caiu para 852 mil, 267 mil a menos do que em julho de 2011.

Prestação de serviços e negócios puxaram a alta em julho, com 49 mil novos postos. Já o setor de bares e restaurantes criou 29 mil vagas, e foram abertos 14 mil postos de serviços temporários.

Apesar da desaceleração nos últimos dois meses, a indústria abriu 25 mil vagas.

Os dados se alinham ao que disse na reunião desta semana o Fed (banco central americano)sobre a resistência do desemprego. A expectativa dos economistas é que o Fed anuncie novos estímulos no mês que vem.