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França quer usar área sob controle rebelde para dar ajuda

Ideia é dar apoio 'financeiro e administrativo' aos opositores nas 'zonas liberadas'; ONU questiona o plano

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A França planeja usar "zonas liberadas" na Síria, que estão sob o controle de rebeldes, para canalizar ajuda humanitária e reduzir o fluxo de pessoas que deixam o país por causa dos confrontos.

Segundo o chanceler francês, Laurent Fabius, seu governo identificou, com a ajuda da Turquia, pontos em ao menos duas regiões do país que não estão sob o comando do regime de Bashar Assad.

"O que podemos ver é que a oposição assumiu posições fortes em zonas liberadas no norte e no sul", disse o francês em Nova York anteontem, após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

"Talvez nessas zonas liberadas os sírios que desejem fugir do regime encontrem refúgio, o que torna menos necessário cruzar a fronteira."

Agências humanitárias calculam que 300 mil sírios já teriam saído do país em quase 18 meses de conflito. Só entre os registrados pelo Acnur (agência da ONU para refugiados), são mais de 157 mil. Destes, 60 mil foram para a Turquia, 46 mil para a Jordânia e 37 mil para o Líbano.

O plano, segundo o chanceler, seria apoiar os opositores "financeira, administrativa e sanitariamente". "Estamos ajudando-os diretamente, assim como a Turquia."

Ainda em Nova York, Fabius prometeu uma ajuda de € 5 milhões de euros (R$ 12,8 milhões) para a Síria, mas não deixou claro como essa quantia seria empregada.

As Nações Unidas, contudo, questionam a eficácia de "zonas liberadas" dentro do país. Geralmente, regiões de controle rebelde são alvos de bombardeios das forças aéreas do regime.

"A experiência amarga já demonstrou que raramente é possível oferecer segurança e proteção efetiva nessas áreas", disse o alto-comissário da ONU para refugiados, António Guterres, à Reuters.

Uma proteção a essas áreas exigiria, por exemplo, a imposição de zonas de exclusão aérea -o que é pouco provável de ser aprovado no Conselho de Segurança da ONU.

COORDENAÇÃO

A principal organização política de oposição, o Conselho Nacional Sírio, anunciou ontem que vai se expandir para incluir mais grupos e se tornar mais representativo.

A declaração vem depois de o governo francês pedir à oposição que forme um governo transitório a ser apoiado por Paris. Segundo Abdulbaset Sieda, líder do CNS, o conselho realizará eleições para escolher seu sucessor.

Ontem, rebeldes disseram ter derrubado mais um helicóptero do regime, na província de Idleb. O governo não confirmou a informação.

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