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Eleições 2012 Obama faz mea-culpa e modera promessas Em discurso à convenção democrata, presidente, candidato à reeleição, aposenta slogan "sim, nós podemos", de 2008 Ele reconheceu que os tempos são mais duros agora e que a estrada para a recuperação da economia ainda é longa
ENVIADA ESPECIAL A CHARLOTTE No palco de um ginásio lotado em Charlotte e precedido por artistas, Barack Hussein Obama, 51, aceitou ontem ser o candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA com um discurso pragmático, que mira o futuro, economiza promessas e lembra em pouco, além da aura pop, sua primeira candidatura. O momento é outro, e Obama sabe: "Os tempos mudaram -e eu também mudei. Não sou mais um candidato. Sou presidente", afirmou, em um texto talhado para a classe média, em que listou feitos e obstáculos e pediu mais tempo para a mudança prometida em 2008. À multidão entusiasmada de 20 mil pessoas e aos milhões de espectadores que o assistiram pela TV e a internet, admitiu que poderia ter avançado mais rápido, prometeu cortar US$ 4 trilhões do deficit em dez anos e investir na indústria, em energia e em educação. Para sublinhar o papel do Estado e do coletivismo, evocou o presidente Franklin Roosevelt (1933-45) e seu New Deal, que ampliou a rede de proteção social dos EUA como uma resposta aos efeitos da crise de 1929. "Sim, nossa estrada é longa, mas viajamos juntos. Não voltamos atrás. Não deixamos ninguém para trás. Nós nos ajudamos. Tiramos força de nossas vitórias e aprendemos como nossos erros", afirmou, sob intensos aplausos, no final de sua fala. OSAMA MORTO, GM VIVA "O caminho que oferecemos pode ser mais duro, mas nos leva a um lugar melhor", disse o presidente, outra vez reivindicando a esperança do eleitor. "Peço a vocês que se mobilizem em torno de metas por nosso país; de um plano factível, que nos trará mais empregos, mais oportunidades e reconstruirá a economia com uma base mais sólida." Em um contraste com o "Sim, nós podemos" de 2008, emendou: "Isso é o que podemos fazer nos próximos quatro anos, e é por isso que estou concorrendo a um segundo mandato". Seu vice, Joe Biden, o precedeu com uma emocionada ode a seu caráter: "Barack Obama é nosso presidente porque tem coragem de tomar decisões difíceis", afirmou. "Lembrem-se: Osama bin Laden está morto e a General Motors está viva." Mas foi a economia, preocupação maior de 3 em 4 eleitores, o tema central do discurso do presidente. "Nos próximos anos, grandes decisões serão tomadas em Washington sobre empregos e a economia, impostos e deficits, energia e educação, guerra e paz", afirmou. "A verdade é que levará mais do que alguns anos para superar os desafios que acumulamos durante décadas", completou o presidente americano. Segundo David Axelrod, mentor da campanha de 2008 e hoje conselheiro e amigo de Obama, o discurso fecha uma narrativa em três capítulos. Na terça, a primeira-dama, Michelle Obama, falara das dificuldades de ser presidente e do peso da vivência do marido na classe média em suas decisões. Anteontem, o ex-presidente Bill Clinton delineara o contraste entre republicanos e democratas. A Obama, coube o futuro. Difícil, na sua descrição, mas com "problemas que podem ser resolvidos". Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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