Manifestantes atiram pedras na embaixada do Japão em Pequim

Milhares de manifestantes gritaram palavras de ordem e lançaram ovos, frutas e outros objetos contra a Embaixada do Japão em Pequim, em meio à crescente tensão com a disputa pela soberania de arquipélago no Pacífico comprado pelos japoneses.

O protesto reuniu jovens portando faixas contra o Japão e bandeiras chinesas.

No período em que a reportagem da Folha ficou no local, as centenas de policiais não impediram a chuva de objetos contra a representação diplomática, que aparentemente ficou bastante suja, mas sem maiores danos.

Segundo a agência de notícias Associated Press, no início da manhã os manifestantes chegaram a jogar pedras e um grupo tentou invadir o prédio, sem sucesso.

Houve protestos menores em outras cidades. Em Changsha, manifestantes destruíram um carro de polícia por ser da japonesa Mitsubishi.

"Ainda que não possamos dizer ao governo o que fazer, eles deveriam insistir para recuperar as ilhas", disse a guia de turismo Ting (só deu o sobrenome), de 26 anos.

A compra das ilhas, desabitadas, na prática não muda nada -o Japão já alugava o arquipélago e administrava as águas do seu entorno.

Os últimos dias, porém, têm sido tensos para as relações entre as duas maiores economias da Ásia. Na quinta, seis navios de patrulha chineses entraram nas águas disputadas, gerando forte protesto do governo japonês.

No mesmo dia, o jornal estatal "Notícias da Noite de Pequim" defendeu o uso de armas nucleares contra o Japão. Em Xangai, o consulado do Japão reportou seis ataques a japoneses, nenhum grave.