Exclusão de nanicos provoca protestos

Com a capital do Colorado lotada para o primeiro debate entre os presidenciáveis, duas ausências foram motivo para protestos que deixaram a organização na berlinda: Gary Johnson e Jill Stein.

Os nomes, ofuscados pelo republicano e pelo democrata, também estarão na cédula em 6 de novembro -Johnson, ex-governador do Novo México, é candidato do Partido Libertário, e Stein, uma médica que disputou com Romney o governo de Massachusetts em 2002, concorre pelo Partido Verde.

A grita contra sua ausência cresce a ponto de a Philips, uma das principais patrocinadoras, ter se retirado, acusando a Comissão dos Debates Presidenciais, organizadora dos confrontos desde 1988, de favorecer democratas e republicanos.

Dias antes, outros dois doadores menores já haviam desistido do evento.

O colunista da revista "The Nation" John Nichols lembrou que, em muitos países, os índices de Johnson e Stein seriam suficientes para um convite.

No levantamento do "Wall Street Journal", realizado entre 26 e 30 de setembro, ele tinha 4%, e ela, 2% (contra 48% de Obama e 41% de Romney).

Mas nos EUA a organização exige ao menos 15% nas pesquisas, o que na prática elimina todos fora dos dois grandes partidos -em seus 24 anos, o único a satisfazer o critério foi o bilionário Ross Perot, do Partido da Reforma, em 1992.

O candidato libertário chegou até a abrir queixa com base na lei antitruste na Califórnia contra a comissão organizadora e contra os dois partidos, acusando-os de agir como se formassem um cartel.

Eleitores de Johnson e Stein planejam protestos para tentar reverter a situação antes do debate do dia 16, nas cercanias de Nova York. (LUCIANA COELHO)