Análise

Um Obama vago e inseguro perde para um novo Mitt Romney

Se este primeiro debate decidir a eleição, o presidente Barack Obama está frito.

Obama não se preparou o suficiente para o embate. Seu rival republicano, Mitt Romney, passou muito mais tempo ensaiando, o que ficou óbvio. O democrata estava inseguro, deu respostas longas, sem foco e cansativas. Muitas vezes, olhava para baixo.

Já o republicano era um novo Romney: objetivo em suas exposições, sorridente e à vontade. Desmontou pouco a pouco todos os ataques democratas que foram tão eficientes na guerra de propaganda durante a campanha.

"Eu me importo com a classe média", disse várias vezes, tentando apagar sua pecha de milionário que não se importa com a plebe. "Não aprovarei nenhum corte de impostos que piore o deficit e vou reduzir o fardo da classe média", disse.

Se todas essas declarações vão sobreviver aos checadores não se sabe. O fato é que Obama ficou na defensiva a maior parte do debate, e Romney pareceu seguro de si e no domínio das informações.

A campanha democrata terá trabalho monumental para tentar minimizar o dano.

Debate nunca foi o forte de Obama, que sempre se sobressaiu nos discursos, em que levantava multidões.

Mas neste ele se saiu particularmente mal. Em parte, porque as expectativas em relação ao seu desempenho eram muito altas.

Romney era um sorridente Kennedy, para um abatido Obama-Nixon. Uma das poucas bolas dentro foi Romney dizendo que derrubaria a Lei Dodd-Frank de regulamentação financeira, e Obama contra-atacando: "Alguém acha que há regulamentação demais para Wall Street?".

Entre apostadores, a cotação de Obama desabou seis pontos percentuais por causa do desempenho no debate -agora, 67% apostam na vitória do presidente, segundo o site Intrade.

O único que foi pior do que Obama foi o moderador, Jim Lehrer. No Twitter, alguns dos trending topics eram #poorjim (coitado do Jim) e #silentjim (jim silencioso). Mal se ouviu a voz do pobre Lehrer, ignorado solenemente pelos debatedores.