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Corte de gastos muda calendário
do enviado especial
É recente na vida do Japão o calendário conhecido como gregoriano ou solar, usado no Ocidente. Até o ano de 1872, os japoneses
seguiam o calendário lunar. Por
uma razão econômica, mudaram
o sistema a partir da virada do ano
1872 para 1873.
É uma história curiosa. O calendário lunar que era usado no Japão até aquele ano seguia, como o
próprio nome diz, as quatro fases
da Lua.
Por isso o mês era mais curto e o
ano tinha apenas 354 dias, ao contrário de um ano solar, que tem
365 dias. Como consequência, periodicamente, era necessário aumentar de 12 para 13 o número de
meses de um determinado ano.
Ocorre que o ano de 1873 teria
de ser um desses anos com 13 meses. Como os funcionários públicos já estavam recebendo salários
mensais desde 1871 (antes ganhavam apenas um pagamento
anual), os 13 meses de 1873 representariam um gasto extra para o
governo japonês.
Diante disso, o então ministro
das Finanças, Okuma Shigenobu,
resolveu que o país adotaria o calendário gregoriano como todos
os países do Ocidente.
Ou seja, a mudança foi feita para
que o governo fizesse uma economia de seus gastos públicos.
Salário a menos
Assim, 1873 teve apenas 12 meses, os funcionários públicos japoneses tiveram um salário a menos e o governo economizou dinheiro.
Um folheto com explicações sobre o novo calendário foi feito na
época. Além de ensinar como
contar o tempo, passava um corretivo em quem não queria aceitar a mudança: "Quem acha estranho o calendário solar são ignorantes e tolos iletrados", afirmava
o livreto para aqueles que preferiam o calendário anterior, regido
pelas fases da lua.
Compra
Além de insultar os japoneses
que eram contra o novo calendário, a cartilha que explicava a mudança tinha que ser comprada.
O material foi publicado no Ano
Novo de 1873 e acabou sendo adquirido por pelo menos 200 mil
japoneses, que queriam entender
o novo sistema.
(FR)
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