São Paulo, Sábado, 01 de Janeiro de 2000


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FLEUMA BRITÂNICA
Festa de gala em pavilhão de exposições futurista tem falhas de organização que provocaram grandes filas
Rainha e Blair caem no samba no Dome

Associated Press
Raio laser disparado pelo primeiro-ministro Tony Blair faz iniciar as operações da roda-gigante London Eye, no início das festas da passagem do ano em Londres


FÁBIO ZANINI
de Londres

A rainha Elizabeth 2ª e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, caíram no samba no Millenium Dome, em Londres, nos primeiros minutos do ano 2000.
Pouco depois da meia-noite, um grupo de músicos brasileiros e ingleses, vestidos com fantasias, iniciou um verdadeiro carnaval dentro do pavilhão, com direito a batucada e passistas de uma escola de samba de Londres.
Por cerca de um minuto, a rainha e Blair, que, junto com 10 mil convidados lotavam o Dome, bateram palmas e timidamente dançaram, balançando o corpo lateralmente, quando os músicos tocaram, em ritmo de samba, "Rapunzel", da cantora baiana Daniela Mercury.
Músicas típicas de outras partes do mundo e canções tradicionais inglesas também foram acompanhados com entusiasmo pelos participantes da festa.
A inauguração do Dome, espécie de pavilhão de exposições futurista, foi o ponto alto das comemorações. A cerimônia foi um tanto tumultuada. Por uma falha da organização, mais de 2.000 pessoas convidadas para a apresentação de gala não receberam seus ingressos.
Empresários, artistas e outros vips tiveram de enfrentar enormes filas para retirar suas entradas no Dome, cuja construção, que custou cerca de US$ 1 bilhão, foi bastante criticada como sendo"desperdício de dinheiro".
A rainha chegou ao Dome de barco às 22h45 (20h45 no horário de Brasília), pelo rio Tâmisa, vinda do Palácio de Buckingham, onde vive. Antes, parou em um abrigo de sem-teto e prestou "homenagem a todos os britânicos".
O programa da noite no Dome despertou polêmica. Tablóides ingleses se escandalizaram com o fato de a noite de gala incluir a apresentação de um casal de dançarinos nus.
A outra grande inauguração da noite, a da London Eye, maior roda-gigante do mundo, construída em frente ao Parlamento especialmente para a chegada de 2000, também teve problemas.
Uma falha de segurança em uma das 32 cabines para passageiros resultou no cancelamento da primeira "viagem" da roda, que, apesar disso, foi inaugurada pelo primeiro-ministro Tony Blair em meio a fogos de artifício e até um vôo do avião supersônico Concorde.
No centro da cidade, às margens do rio Tâmisa, cerca de 3 milhões de londrinos e turistas se concentraram. A multidão foi monitorada por forte esquema de segurança, composto por cerca de 10 mil policiais e soldados.
Em compensação aos problemas, o temor de um ataque terrorista não se confirmou -pelo menos até os primeiros minutos do ano 2000.
Brigas esporádicas de pessoas que exageraram na bebida foram registradas, e, até a meia-noite, 50 pessoas foram presas. Mas nenhum incidente sério ocorreu.
De acordo com autoridades britânicas, não foram registrados problemas relativos ao bug do ano 2000 no início do novo ano.


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