São Paulo, Sábado, 01 de Janeiro de 2000


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VIRADA AGITADA
Festa na Times Square começa na quinta à noite, antes do previsto, e reúne mais gente do que o esperado
Multidão invade praça de Nova York

France Presse
Carro alegórico e multidão de pessoas em festa na Times Square, onde a festa estava planejada para reunir 2 milhões de pessoas e durar 25 horas


MALU GASPAR
de Nova York

A "maior celebração do final do milênio" deverá ter sido também a mais longa. A festa na Times Square, planejada para reunir 2 milhões de pessoas e durar 25 horas, começou ainda na noite do dia 30 para uma multidão que se aglomerava no local e também para a polícia, que teve de dividir as atenções entre os últimos preparativos com a segurança e a organização da multidão.
Muita gente chegou já à noite, com cobertores, comida, cadeiras e suprimentos para garantir um mínimo de conforto num bom lugar para a virada do ano.
Segundo o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, a concentração neste ano na Times Square foi muito maior do que o normal. "A quantidade de pessoas que estavam às 14h na Times Square é a mesma normalmente registrada às 23h", disse ele ontem, em entrevista coletiva. Quem chegou ao local depois das 15h só pôde ver a festa pelos telões.
O tunisiano Naoulfel Attia, 41, veterano em réveillons na Times Square, já previa esse congestionamento e chegou cedo. À meia-noite do dia 30, ele se instalou em um bom local. "Já vim à essa festa três vezes. Na primeira, não pude ver nada. No ano passado ainda foi difícil. Desta vez, me garanti."
Attia ficaria no local até o final da festa, às 7h de hoje e completaria mais de um dia inteiro sem ir ao banheiro, já que a polícia não permitia que quem deixasse o seu lugar voltasse depois.
"Mas vale a pena. Enquanto cada povo está comemorando de acordo com suas tradições, aqui vamos ter um pouco de todo o mundo", afirmou ele.
O grupo de australianos ao seu lado, que havia chegado por volta das 5h, concorda com Attia. Melinda Bargwanna e o marido, Griham, vieram de Sydney e visitaram a Times Square três vezes durante a semana para escolher o melhor local para ficar, e nem se importavam com o frio.
"Meus amigos não entendem como a gente pode querer se meter no meio dessa multidão, em pé, só para ver a bola de cristal baixar. Mas eu quero poder dizer aos meus filhos que estive na capital do milênio na virada para o ano 2000", disse Melinda.
Segundo uma pesquisa feita pela prefeitura da cidade, cerca de 60% das pessoas que iriam à comemoração na Times Square não moram em Nova York.
"Nada pode ser igual a dois milhões de pessoas juntas, comemorando a passagem do milênio", dizia animada a gerente de marketing Karen Davis, 34, que também veio de Sydney.
A cada hora, bonecos, bailarinos e cantores homenageavam os países da região onde se comemorava a meia-noite. Num telão, eram exibidas as comemorações do ano novo em todas as partes do mundo. Bebidas alcoólicas não eram permitidas, mas nas lanchonetes muita gente tomava cerveja sem ser incomodada.
Enquanto isso, os policiais botavam em prática o plano anti-terrorismo. Para impedir que alguém entrasse armado nas áreas reservadas para o público, todos eram revistados. Ninguém era autorizado a ficar parado num único lugar, se estivesse fora dessa área. Todas as caixas de correio, vasos de plantas e orelhões foram removidos para diminuir as chances de uma bomba. Mesmo assim, houve um episódio de alerta pela manhã: um pacote deixado numMacDonald's fez com que a polícia evacuasse o local. Nada foi encontrado.


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