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Para artesão, Morales
mudará a economia
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM ARROYO CONCEPCIÓN (BOLÍVIA)
"Evo Morales está fazendo uma
revolução na política. Eram sempre os mesmos no poder. Ele é
uma pessoa que saiu do povo. Por
causa da folha de coca, muita gente pensa que ele é um narcotraficante. Não é. Vai estimular o plantio de abacaxi, amendoim e palmito, além da coca."
A opinião é do vendedor de artesanato Herman Chuquimia, 30,
de origem aimará, assim como o
presidente eleito da Bolívia.
Chuquimia tem uma loja na feira boliviana no distrito de Arroyo
Concepción, a 1 km de distância
da fronteira com o Brasil. É um
dos poucos que vendem artesanato e roupa tradicionais de indígenas, material que vem de La Paz.
A maioria na feira comercializa
roupas comuns, além de calçados
e eletrônicos.
O vendedor de artesanato, que
ganha cerca de R$ 500 por mês,
não se cansa de falar de Evo Morales. "Ele vai fazer muitas coisas
novas com a nacionalização do
gás", afirma Chuquimia.
"A Bolívia não tem indústrias.
Exporta minério de ferro para a
Argentina. Lá ele é industrializado e volta para cá, como aço em
forma de pregos e vigas, muito
mais caro. Por isso a nacionalização do gás é importante para a industrialização", afirma Chuquimia, comentando a proposta de
Morales de nacionalizar recursos
naturais explorados por multinacionais na Bolívia.
Sobre o fato de "muitas pessoas
pensarem que Evo Morales é um
narcotraficante" por causa da coca, Chuquimia diz que essas folhas são boas para dor de estômago e podem ser compradas livremente na feira.
Um comerciante, que preferiu
não revelar o nome, vende a coca
na forma de mate em caixinhas de
20 gramas produzidas pela empresa Hansa, de La Paz, no valor
de R$ 2.
Se o cliente desejar o produto
natural para mascar, ele abre um
saco grande, cheio de folhas, retira algumas, embala a quantidade
em um saquinho e vende por R$ 1.
Seus principais clientes, segundo ele, são caminhoneiros que
usam a coca para não dormir ao
volante.
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