São Paulo, domingo, 01 de janeiro de 2006

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VIDA NA FRONTEIRA

Brasileiros se beneficiam de gasolina barata e enchem o tanque dos carros no país vizinho

Hino e bandeira param cidade boliviana

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PUERTO QUIJARRO E ARROYO CONCEPCIÓN (BOLÍVIA)

A movimentação na fronteira da Bolívia com o Brasil, na área próxima a Corumbá (MS), pára todos os dias pontualmente às 17h40. O Exército boliviano interrompe o tráfego de veículos e manda os motoristas, muitos deles brasileiros, descerem dos carros junto com os passageiros.
Nesse horário, os militares, cantando o hino nacional boliviano, recolhem a bandeira da Bolívia, hasteada no quartel situado à direita de quem entra no país. O comércio em volta também pára, e taxistas ficam de pé de frente para a bandeira.
A cerimônia só não acontece quando chove. É obrigatória apenas a interrupção das atividades; cantar o hino é opcional.
A Prefeitura de Corumbá informou, por meio de sua assessoria, que cerca 3.000 veículos, tanto com placas da Bolívia como do Brasil, passam pela fronteira, nos dois sentidos, diariamente.
Dificilmente parados no posto da Receita Federal em Corumbá ou no posto de imigração boliviano, os brasileiros encontram de cara na Bolívia uma rua sem asfalto, que dá acesso ao distrito de Arroyo Concepción, onde fica a feira boliviana. Seguindo à direita, o visitante entra no município de Puerto Quijarro, onde só a rua principal é asfaltada.

Gasolina
Nessa cidade e também na de Puerto Suarez, a 10 km da fronteira, é comum ver filas de carros em postos de combustível. Motivo: o litro da gasolina custa em média de R$ 1,30; do outro lado da fronteira, em Corumbá, custa mais de R$ 2,60.
"Só tem vantagens. Gasto dois litros para vir aqui e ponho 60 litros", diz o marceneiro brasileiro Valdir Duarte, 41. Ele é dono de uma Caravan ano 87 e, na tarde da última terça-feira, era o terceiro numa fila de 15 veículos no posto Lido 24 Horas .


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