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VIDA NA FRONTEIRA
Brasileiros se beneficiam de gasolina barata e enchem o tanque dos carros no país vizinho
Hino e bandeira param cidade boliviana
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PUERTO QUIJARRO
E ARROYO CONCEPCIÓN (BOLÍVIA)
A movimentação na fronteira
da Bolívia com o Brasil, na área
próxima a Corumbá (MS), pára
todos os dias pontualmente às
17h40. O Exército boliviano interrompe o tráfego de veículos e
manda os motoristas, muitos
deles brasileiros, descerem dos
carros junto com os passageiros.
Nesse horário, os militares,
cantando o hino nacional boliviano, recolhem a bandeira da
Bolívia, hasteada no quartel situado à direita de quem entra no
país. O comércio em volta também pára, e taxistas ficam de pé
de frente para a bandeira.
A cerimônia só não acontece
quando chove. É obrigatória
apenas a interrupção das atividades; cantar o hino é opcional.
A Prefeitura de Corumbá informou, por meio de sua assessoria, que cerca 3.000 veículos,
tanto com placas da Bolívia como do Brasil, passam pela fronteira, nos dois sentidos, diariamente.
Dificilmente parados no posto
da Receita Federal em Corumbá
ou no posto de imigração boliviano, os brasileiros encontram
de cara na Bolívia uma rua sem
asfalto, que dá acesso ao distrito
de Arroyo Concepción, onde fica a feira boliviana. Seguindo à
direita, o visitante entra no município de Puerto Quijarro, onde
só a rua principal é asfaltada.
Gasolina
Nessa cidade e também na de
Puerto Suarez, a 10 km da fronteira, é comum ver filas de carros
em postos de combustível. Motivo: o litro da gasolina custa em
média de R$ 1,30; do outro lado
da fronteira, em Corumbá, custa
mais de R$ 2,60.
"Só tem vantagens. Gasto dois
litros para vir aqui e ponho 60 litros", diz o marceneiro brasileiro Valdir Duarte, 41. Ele é dono
de uma Caravan ano 87 e, na tarde da última terça-feira, era o
terceiro numa fila de 15 veículos
no posto Lido 24 Horas .
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