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VENEZUELA
Grupo de Amigos se reuniu ontem com Chávez e com membros da oposição; marcha em Caracas dá apoio a mídia
Universidades reabrem, a pedido de Amigos
DA REDAÇÃO
Os reitores das principais universidades privadas da Venezuela, que haviam aderido à greve geral iniciada em 2 de dezembro, se
comprometeram ontem com representantes do Grupo de Amigos da Venezuela a retomar as atividades a partir de segunda-feira.
O anúncio foi o primeiro triunfo
do grupo, que ontem se reuniu separadamente com o presidente
Hugo Chávez e com membros da
oposição para tentar costurar um
acordo para pôr fim ao longo impasse político no país.
O Grupo de Amigos da Venezuela, formado no mês passado
no Equador, seguindo uma proposta do governo brasileiro, tem
como objetivo auxiliar os trabalhos da OEA (Organização dos
Estados Americanos) na mesa de
diálogo entre governo e oposição.
Além do próprio Brasil, fazem
parte do grupo EUA, México,
Chile, Portugal e Espanha.
O retorno das aulas nas universidades privadas é também mais
um sinal do enfraquecimento da
greve geral, convocada pela oposição para forçar Chávez a renunciar ou convocar eleições antecipadas. Chávez, cujo mandato
vence em 2007, diz que não renunciará e acusa os líderes grevistas de conspirar para derrubá-lo.
Nesta semana, bancos, shoppings e franquias internacionais
já anunciaram que voltarão a
abrir a partir de segunda-feira.
Os líderes grevistas dizem que
manterão a paralisação na gigante
estatal do petróleo, PDVSA, considerada o coração da economia
do país. A Venezuela é o quinto
maior produtor de petróleo do
mundo e tem 80% de suas exportações vinculadas ao produto.
Os próprios grevistas da
PDVSA, porém, admitem que a
produção vem crescendo a cada
dia. Após cair a menos de 150 mil
barris diários, no início da greve,
ela atingiu ontem 1,06 milhão de
barris, segundo os grevistas, ou
1,5 milhão, segundo o governo.
O governo vem retomando o
controle da companhia graças à
convocação de funcionários aposentados, militares e técnicos estrangeiros para tomar o lugar dos
grevistas. Além disso, 5.000 dos 40
mil funcionários da PDVSA foram demitidos. Ainda assim, a
produção está muito aquém dos
3,2 milhões de barris ao dia registrados em novembro.
Além da antecipação das eleições presidenciais, os funcionários em greve exigem, para retornar ao trabalho, a reincorporação
dos trabalhadores demitidos. O
presidente da PDVSA, Alí Rodríguez, descartou essa possibilidade. Segundo ele, não houve demissão, mas "abandono em massa dos postos de trabalho".
Milhares de opositores fizeram
uma passeata ontem em Caracas
para protestar contra processos
abertos contra grupos de mídia,
acusados pelo governo de "apoiar
a conspiração golpista", e para
exigir eleições no país. A manifestação passou diante do hotel onde
se encontravam os enviados dos
países que ajudam a mediar a crise venezuelana.
Com agências internacionais
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