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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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VENEZUELA

Grupo de Amigos se reuniu ontem com Chávez e com membros da oposição; marcha em Caracas dá apoio a mídia

Universidades reabrem, a pedido de Amigos

DA REDAÇÃO

Os reitores das principais universidades privadas da Venezuela, que haviam aderido à greve geral iniciada em 2 de dezembro, se comprometeram ontem com representantes do Grupo de Amigos da Venezuela a retomar as atividades a partir de segunda-feira.
O anúncio foi o primeiro triunfo do grupo, que ontem se reuniu separadamente com o presidente Hugo Chávez e com membros da oposição para tentar costurar um acordo para pôr fim ao longo impasse político no país.
O Grupo de Amigos da Venezuela, formado no mês passado no Equador, seguindo uma proposta do governo brasileiro, tem como objetivo auxiliar os trabalhos da OEA (Organização dos Estados Americanos) na mesa de diálogo entre governo e oposição. Além do próprio Brasil, fazem parte do grupo EUA, México, Chile, Portugal e Espanha.
O retorno das aulas nas universidades privadas é também mais um sinal do enfraquecimento da greve geral, convocada pela oposição para forçar Chávez a renunciar ou convocar eleições antecipadas. Chávez, cujo mandato vence em 2007, diz que não renunciará e acusa os líderes grevistas de conspirar para derrubá-lo.
Nesta semana, bancos, shoppings e franquias internacionais já anunciaram que voltarão a abrir a partir de segunda-feira.
Os líderes grevistas dizem que manterão a paralisação na gigante estatal do petróleo, PDVSA, considerada o coração da economia do país. A Venezuela é o quinto maior produtor de petróleo do mundo e tem 80% de suas exportações vinculadas ao produto.
Os próprios grevistas da PDVSA, porém, admitem que a produção vem crescendo a cada dia. Após cair a menos de 150 mil barris diários, no início da greve, ela atingiu ontem 1,06 milhão de barris, segundo os grevistas, ou 1,5 milhão, segundo o governo.
O governo vem retomando o controle da companhia graças à convocação de funcionários aposentados, militares e técnicos estrangeiros para tomar o lugar dos grevistas. Além disso, 5.000 dos 40 mil funcionários da PDVSA foram demitidos. Ainda assim, a produção está muito aquém dos 3,2 milhões de barris ao dia registrados em novembro.
Além da antecipação das eleições presidenciais, os funcionários em greve exigem, para retornar ao trabalho, a reincorporação dos trabalhadores demitidos. O presidente da PDVSA, Alí Rodríguez, descartou essa possibilidade. Segundo ele, não houve demissão, mas "abandono em massa dos postos de trabalho".
Milhares de opositores fizeram uma passeata ontem em Caracas para protestar contra processos abertos contra grupos de mídia, acusados pelo governo de "apoiar a conspiração golpista", e para exigir eleições no país. A manifestação passou diante do hotel onde se encontravam os enviados dos países que ajudam a mediar a crise venezuelana.


Com agências internacionais

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