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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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AFEGANISTÃO

Ônibus no qual vítimas viajavam passou por mina; polícia responsabiliza Taleban e Al Qaeda

Explosão em Candahar mata ao menos 18 civis

DA REDAÇÃO

Pelo menos 18 pessoas morreram ontem nas proximidades da cidade de Candahar, no sul do Afeganistão, quando um ônibus civil saiu da estrada perto de uma ponte e passou por uma mina antitanques.
O vice-chefe da polícia local, Ustad Nazir Jan, responsabilizou a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, e o grupo extremista islâmico Taleban, que dirigiu o país entre 1996 e o fim de 2001. "Estamos 100% seguros de que foram eles", disse Jan. Candahar, que hoje abriga uma base militar dos EUA, era o antigo quartel-general do Taleban.
Para o porta-voz do governo provincial de Candahar, Khalid Pashtun, os responsáveis teriam sido o Taleban ou o chefe de guerra renegado Gulbuddin Hekmatyar, cujos homens foram atacados por forças dos EUA em uma grande operação na mesma região no início da semana. "Acho que pode ter sido o Taleban e Gulbuddin, porque a Al Qaeda já é passado. Ela acabou", disse Pashtun.
Os únicos sobreviventes da explosão foram um garoto de 12 anos e o motorista do ônibus, segundo a polícia.
Segundo a TV estatal afegã, a explosão ocorreu a cerca de 1 km de um acampamento militar. Para Jan, o alvo do ataque poderia ter sido algum veículo militar. Pashtun, porém, minimizou a hipótese, afirmando que ônibus militares raramente passam pela ponte onde houve a explosão.
Segundo as testemunhas, o cenário no local era de devastação, com uma cratera de um metro de profundidade escavada na estrada. Horas depois da explosão, os escombros ainda estavam espalhados por uma grande área.
O ataque de ontem foi o pior no país desde a explosão de um carro-bomba que matou 26 pessoas em Cabul no início de setembro, no mesmo dia de uma tentativa de assassinato do presidente Hamid Karzai, em Candahar.
O porta-voz de Karzai, Sayed Fazl Akbar, disse que o ataque de ontem mostrou a necessidade da permanência das tropas estrangeiras no Afeganistão. "Incidentes como esse justificam a presença das forças internacionais de manutenção da paz", disse ele.
Cerca de 8.000 soldados americanos estão no Afeganistão liderando a guerra contra os membros do Taleban e da Al Qaeda, cujo líder admitiu, em vídeo, responsabilidade pelos atentados de 11 de setembro de 2001.


Com agências internacionais

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