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IRAQUE OCUPADO
Bremer reafirma que uma corte especial julgará Saddam
Atentados causam a morte de ao menos 18
DA REDAÇÃO
Guerrilheiros que tentam inviabilizar a presença dos Estados
Unidos no Iraque mataram nove
iraquianos e feriram outros 44
com a explosão de um carro-bomba numa delegacia de polícia
da cidade de Mossul, 390 km ao
norte da capital iraquiana. Em
outros incidentes, três soldados
americanos foram mortos ao terem seu comboio emboscado em
estrada também no norte do país
e pelo menos seis pessoas morreram em duas explosões em um
bairro de Bagdá.
No ataque em Mossul, uma fumaça negra e espessa saía do carro usado na ação, que estava carregado de explosivos. A explosão
arrebentou janelas e atirou pedestres ao chão.
O major Hugh Cate, porta-voz
da 101ª Divisão Aerotransportada, disse que em Mossul dois dos
mortos eram policiais iraquianos.
Ele também disse que bombeiros
e socorristas iraquianos trabalhavam ao lado de norte-americanos
para resgatar os feridos.
Os três soldados mortos ontem
estavam num comboio que viajava entre Kirkuk e Tikrit, cidade do
ditador deposto Saddam Hussein, a 175 km ao norte de Bagdá.
O major Josslyn Aberle, porta-voz militar, disse que as vítimas
pertenciam à 4ª Divisão de Infantaria. Com elas, segundo a agência
Reuters, sobe a 364 o número de
americanos mortos em conflito
desde março, quando a coalizão
iniciou sua ofensiva contra o regime de Saddam. O balanço é de
522 mortos se computados os que
morreram em acidentes.
No bairro de Baladiyyat, na zona leste de Bagdá, um projétil
atingiu uma área residencial, matando pelo menos cinco pessoas e
ferindo diversas outras. A identidade das vítimas não foi revelada,
mas na região onde ocorreu o ataque vivem muitos refugiados palestinos. Instantes depois, nova
explosão deixou mais um morto.
O comando americano não se
pronunciou sobre os incidentes.
As atividades da resistência não
diminuíram depois que Saddam
foi capturado em dezembro, contrariando previsões do Pentágono. A violência tampouco impediu que o secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, autorizasse
uma equipe sua a se dirigir ao Iraque nos próximos dias para estudar as condições de realização de
eleições nos próximos meses.
Em 29 de agosto as instalações
da ONU ruíram sob os efeitos de
explosivos. Morreram 22 pessoas,
entre elas o chefe da representação em solo iraquiano, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
A ONU está voltando ao Iraque
a pedido dos Estados Unidos, que
pretendem transferir em 30 de junho o poder aos iraquianos, segundo um plano que desperta a
oposição das lideranças xiitas,
que querem a eleição de uma assembléia e não a nomeação de
seus futuros integrantes.
Um jornal de Dubai trouxe ontem entrevista do administrador
civil norte-americano no Iraque,
Paul Bremer. Ele disse que Saddam, o ditador deposto, permanecerá no Iraque e será entregue a
uma corte especial, que será criada pelo Conselho de Governo.
O conselho, cujos integrantes
foram nomeados pelos Estados
Unidos já tomou as primeiras
providências para a instalação
desse tribunal de exceção. Segundo Bremer, o ex-ditador será julgado por genocídio e por "invasão de país vizinho", menção a
sua malograda iniciativa de, em
1990, anexar o Kuait, de onde foi
desalojado por uma ampla aliança militar encabeçada pelos Estados Unidos.
Com agências internacionais
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