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Equador deve aprovar consulta popular
Sob pressão, Congresso indica que cederá a partidários do presidente Correa; protestos perdem intensidade
DA REDAÇÃO
As manifestações contra o
Congresso diminuíram ontem
na capital equatoriana, Quito,
enquanto o Legislativo deu sinais de estar cedendo às pressões do governo e dos manifestantes que pedem a aprovação
de um referendo sobre uma Assembléia Constituinte .
Ontem, o Congresso retomou a sessão que havia sido interrompida na véspera, quando
cerca de 5.000 manifestantes
cercaram sua sede e chegaram
a invadi-la por pouco tempo. O
referendo foi a principal promessa de campanha do presidente Rafael Correa, um economista de esquerda que tomou posse no último dia 15.
De acordo com o presidente
do Congresso, Jorge Cevallos, o
Legislativo deve aprovar a consulta popular, apesar de fazer
forte oposição ao presidente. A
Aliança País, movimento de
Correa, não apresentou candidatos ao Legislativo.
Se for aprovado, o referendo
será enviado ao Tribunal Supremo Eleitoral, que organizará sua realização.
Ontem, a análise da proposta
de Correa para o referendo foi
interrompida pelo pedido de
demissão do procurador-geral
do Equador, Francisco Cucalón. O procurador fora designado pelo Congresso havia 14
dias, mas não conseguiu assumir porque a sede da Procuradoria foi tomada por manifestantes pró-Correa. A saída de
Cucalón deve ajudar a reduzir a
tensão política em Quito.
Ontem, representantes do
Legislativo deviam se reunir
com o ministro do Interior,
Gustavo Larrea, o que também
pode diminuir o confronto entre o Executivo e o Congresso.
Os protestos de ontem atraíram menos pessoas e foram
menos violentos do que os de
anteontem. A polícia reforçou a
segurança nos arredores do
Parlamento.
Na noite de terça-feira, Cevallos acusara Correa de "pressionar os deputados com protestos, gerando caos e violência":
"Se o governo tivesse permitido
que o Congresso trabalhasse
ontem, já existiria uma aprovação porque havia os votos".
Correa culpou o Legislativo
pelas manifestações. Segundo
ele, o órgão quer se opor à "vontade cidadã" ao impedir a convocação do referendo. Segundo
o presidente, o Congresso está
configurando o cenário "para
destituí-lo" do poder. "Isso é
impossível porque os senhores
não entendem que esse é um
problema político no qual o governo [...] tem mais de 80% de
apoio popular."
Correa disse também que teme por sua vida e de seu família, afirmações que a oposição
classificou de "insultantes".
Em Madri, a ministra equatoriana de Relações Exteriores,
María Fernanda Espinosa, responsabilizou os representantes
da "velha política" pelos incidentes de anteontem. "Falamos de
cerca de 60 deputados do Congresso Nacional em franca rebeldia em relação à opinião de 87%
da população", disse, em referência a pesquisas recentes feitas
pelo governo.
O referendo sobre uma Assembléia Constituinte foi uma
das principais promessas da
campanha à Presidência de Correa. O presidente considera que
a convocação de uma Constituinte é um passo fundamental
rumo à "revolução socialista",
prometida por ele ao tomar posse, há 15 dias.
Com agências internacionais
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