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DIPLOMACIA
Organização busca se reaproximar de Bagdá e aprova nova comissão de desarmamento, liderada por Celso Amorim
Brasil chefia missão da ONU no Iraque
MARCELO DIEGO
de Nova York
O representante brasileiro na
ONU (Organização das Nações
Unidas), o embaixador Celso
Amorim, deve encabeçar uma nova missão para acompanhar o desarmamento do Iraque.
A missão de Amorim foi aprovada anteontem pelo Conselho de
Segurança da ONU, mas ainda depende do aval do secretário-geral,
o ganense Kofi Annan.
A proposta foi formulada pelo
Canadá. Ela prevê o envio de três
comissões ao Iraque. Uma vai
acompanhar o processo de desarmamento no país, acusado de estar
construindo armas químicas, biológicas e estudando a construção
de armamento nuclear.
Outra missão vai estudar o impacto das sanções econômicas estabelecidas pelos EUA contra o
Iraque. A terceira comissão vai fiscalizar a situação de bens, propriedades e de prisioneiros tomados
pelos iraquianos durante a invasão
ao Kuait (em 1990).
A Unscom (comissão que fiscalizava a eliminação de armas de destruição do Iraque) irá integrar o
grupo de vistoria militar.
O embaixador Celso Amorim comandará as três missões. O aval do
secretário-geral à proposta é quase
certo. As comissões irão para o Iraque assim que o governo local conceder autorização. Será a primeira
vez que a ONU volta ao Iraque desde o começo dos ataques dos EUA
e do Reino Unido, em dezembro. O
país foi bombardeado porque não
estaria colaborando com as inspeções militares da ONU.
A nova missão deve preparar um
relatório minucioso sobre a situação do país, a ser entregue a Kofi
Annan em 15 de abril. De posse dele, as Nações Unidas decidiriam os
próximos passos. Amorim irá se
reportar ao presidente do Conselho de Segurança e a Kofi Annan.
O brasileiro foi o articulador do
plano da nova missão, convocando uma reunião extraordinária anteontem. Amorim presidiu o Conselho de Segurança em janeiro e
achava que uma proposta deveria
ser aprovada ainda sob seu comando. "A aprovação mostra que
a ONU está de volta ao cenário",
disse, após a reunião.
Um porta-voz do ditador Saddam Hussein, falando ontem à
agência de notícias local "INA",
criticou a proposta da ONU.
O governo iraquiano diz que
qualquer conclusão levaria meses
para ser decidida, significando a
manutenção do embargo ao país.
Bagdá argumenta que cumpriu já
as determinações de desarmamento impostas após a Guerra do Golfo (1991) e que as sanções econômicas deveriam ser revogadas.
O Conselho de Segurança é formado por 15 membros, sendo cinco permanentes (EUA, Rússia,
Reino Unido, França e China) e
dez rotativos. A presidência do
Conselho, organismo encarregado
de manter a paz e a segurança
mundial, muda a cada mês.
Reino Unido e EUA voltaram a
atacar radares e alvos militares no
Iraque durante fim-de-semana.
²
Com agências internacionais
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