Testemunho é cartada final da oposição a Clinton

de Nova York

O depoimento da ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, 25, hoje, é uma das últimas chances que os promotores têm para tentar mudar o destino do processo de impeachment do presidente dos EUA, Bill Clinton.
Clinton é acusado de obstrução à Justiça no caso Paula Jones (ex-funcionária pública de Arkansas, que o acusava de assédio sexual) e de mentir a um júri de inquérito, ao tentar esconder seu relacionamento com Lewinsky.
O Senado é dominado pelos republicanos (oposicionistas), que têm 55 das 100 cadeiras. Para afastar Clinton, porém, são necessários os votos de dois terços dos senadores presentes ao plenário. A expectativa é que o presidente não será afastado.
Os promotores, 13 representantes (deputados), esperam hoje fazer as "perguntas certas" a Lewinsky, que permitam mostrar que Clinton tem um padrão de comportamento criminoso.
Lewinsky chegou sábado a Washington (ela mora em Los Angeles) e se hospedou no hotel Mayflower, onde vai depor.
A conversa será presidida por dois senadores. O representante Ed Bryant e a advogada de Clinton Nicole Seligman farão as perguntas. Lewinsky foi pré-interrogada pelos promotores há uma semana. Bryant diz que usará a conversa para tentar extrair novas informações.
Já a Casa Branca acredita que ela não terá nada a acrescentar.
O depoimento de Lewinsky será gravado, transcrito e exibido no plenário do Senado. Os senadores vão decidir se o conteúdo poderá ser tornado público.
Após Lewinsky, vão depor ainda o conselheiro da Casa Branca Sidney Blumenthal (a quem Clinton teria mentido sobre seu relacionamento amoroso) e Vernon Jordan, amigo do presidente (que teria conseguido uma transferência de Lewinsky para Nova York).
O voto final no processo está marcado para 12 de fevereiro, mas a data pode ser alterada. Clinton adiou uma viagem de seis dias que faria ao México e à América Central. A viagem começaria em 10 de fevereiro.



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