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"BUTIM NAZISTA"
Museus têm 300 peças de origem suspeita
Londres divulga lista de obras roubadas
de Londres
Uma comissão de especialistas
designada por alguns dos principais museus britânicos admitiu
ontem que mais de 300 obras de
arte em exposição no país podem ser produto de roubo.
A grande maioria delas teria sido tirada de famílias judias por
oficiais nazistas nos anos 30 e 40
e, depois de passar por intermediários, foi adquirida por coleções privadas e museus britânicos. Na lista há um quadro de Picasso, três de Monet e um de Renoir.
A investigação foi patrocinada
pelos museus -incluindo o British Museum, a National Gallery
e a Tate Gallery-, após anos de
pressão de grupos judaicos.
"Muitos dos quadros têm origem incerta. Estamos publicando a lista para que outras pessoas
ajudem a preencher as lacunas",
disse um diretor da Tate.
O reconhecimento de que a
posse dos quadros pode ser fruto
de um ato ilícito não significa
que eles serão retornados imediatamente aos antigos proprietários ou seus descendentes.
É necessária uma lei aprovada
pelo Parlamento para que se retorne propriedade pública.
"O primeiro passo já foi dado.
O próximo é pressionar o governo britânico para que se comprometa a submeter uma lei ao
Parlamento", afirmou à Folha
Anne Webber, diretora da Comissão sobre Arte Roubada na
Europa, uma organização não-governamental.
O governo britânico prometeu
acelerar os trabalhos de uma comissão que estuda o assunto.
Um dos grupos a pressionar
pela divulgação da lista, a Fundação Educacional sobre o Holocausto, afirmou que o retorno
das obras deve ser "prioridade".
"Cada obra mostra uma tragédia, nos lembra de um passado
de sofrimento", disse um porta-voz da instituição.
(FÁBIO ZANINI)
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