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ÁFRICA
Candidato derrotado denuncia fraude de ex-presidente, vencedor da votação de sábado
Obasanjo é eleito presidente na Nigéria
das agências internacionais
O candidato Olusegun Obasanjo
já pode se considerar o vencedor
das eleições presidenciais ocorridas no último sábado na Nigéria,
as primeiras depois de 15 anos de
ditadura militar.
Apuradas as urnas em cerca de 31
dos 36 Estados nigerianos, Obasanjo liderava folgadamente com
61%, enquanto o candidato Olu
Falae estava com 31%.
Falae, porém, declarou ontem
que as eleições foram uma "farsa"
e que não aceitará a vitória do rival.
"Se Obasanjo ganhasse de modo
livre e justo, eu seria o primeiro a
felicitá-lo. Mas essa não foi uma
eleição livre e justa", disse Falae.
Observadores estrangeiros, entre
eles o general Colin Powell, dos
EUA, confirmaram que houve irregularidades durante as votações,
sobretudo no sul do país.
O ex-general e ex-presidente
Olusegun Obasanjo governou a
Nigéria entre 1976 e 1979. Foi preso
em 1995, acusado de tramar um
golpe contra o então ditador militar, Sani Abacha.
Com a morte de Abacha, no ano
passado, Obasanjo foi libertado.
Seu Partido Democrático Popular
venceu com ampla margem as eleições legislativas realizadas há dez
dias.
O ex-ministro das Finanças Olu
Falae também esteve preso durante o governo Abacha. Lidera uma
coalizão de dois partidos debilitada pela perda de políticos importantes para o lado adversário.
A redemocratização da Nigéria
-país mais populoso da África,
com mais de 110 milhões de habitantes- ganhou força após a morte do ditador Abacha, em junho do
ano passado.
O sucessor de Abacha, general
Abdulsalam Abubakar, confirmou
a realização das eleições e a transição do poder para os civis no dia 29
de maio de 1998.
A cúpula do Exército, que continua a ser o setor mais influente no
país, se comprometeu a respeitar o
novo governo, independentemente de quem vencer as eleições.
A transição democrática foi marcada pela morte de Moshood
Abiola, presidente eleito em 1993 e
detido após o golpe de Abacha.
A morte de Abiola
Em julho passado, após a morte
do ditador, Abiola, que personificava a luta contra a ditadura e era
favorito para o pleito presidencial
de hoje, deveria ser solto.
Mas ele morreu pouco antes, na
prisão. Legistas dos EUA e do Canadá que o examinaram disseram
que a morte foi causada por parada
cardíaca.
Os simpatizantes de Abiola acusaram o governo de tê-lo envenenado e promoveram violentos
protestos, que resultaram na mortes de mais de 60 pessoas.
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