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PAQUISTÃO
30% votaram, diz governo; para oposição, foram 5%
Musharraf deve vencer referendo, mas abstenção pode enfraquecê-lo
DA REDAÇÃO
Um referendo realizado ontem
no Paquistão deve dar mais cinco
anos de mandato a Pervez Musharraf. Mas um alto índice de abstenção, se confirmado, pode enfraquecer a autoridade do presidente diante de muçulmanos de
linha dura que se opõem à sua política de perseguir terroristas no
país e apoiar a "guerra contra o
terrorismo" liderada pelos EUA.
Com 429.780 votos contados,
345.427 eram favoráveis à extensão do mandato do presidente,
9.774 eram contrários e o resto foi
considerado nulo. O resultado final deve ser divulgado hoje.
Houve relatos de irregularidades. Os eleitores deveriam mostrar documentos de identidade
com foto para poder votar. Mas,
em uma zona eleitoral, funcionários do governo aceitaram apenas
um pedaço de papel com o nome
de uma mulher escrito à mão. Em
outra zona, Mohammed Farid
afirmou ter votado duas vezes.
A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão afirmou que as
irregularidades na votação "excederam seus piores temores".
O PPP (Partido do Povo do Paquistão), da auto-exilada ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, e
o partido extremista islâmico Jamaat-e-Islami pediram que Musharraf renunciasse a seu cargo depois do que classificaram como
uma derrota por causa do baixo
índice de comparecimento. Segundo o PPP, que liderou um boicote ao referendo, apenas cerca de
5% dos eleitores foram votar.
O governo disse que mais de
30% compareceram às urnas.
O general Musharraf tomou o
poder após um golpe militar em
1999, que derrubou o premiê Nawaz Sharif, eleito democraticamente. O Supremo Tribunal paquistanês apoiou a posse de Musharraf, mas lhe deu um prazo de
três anos, que expira em outubro,
para restaurar a democracia.
Musharraf diz querer mais cinco
anos de mandato para garantir
que o próximo governo cumpra
seu programa de reformas.
Com agências internacionais
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