São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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JUSTIÇA

Morte de três indigenistas em fevereiro de 1999 foi assumida pelo grupo colombiano; guerrilheiros indiciados estão foragidos

EUA processam Farc por assassinato de americanos

DA REDAÇÃO

O governo dos EUA pediu ontem o indiciamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e de seis de seus guerrilheiros individualmente pelo assassinato de três indigenistas americanos em 1999, anunciou ontem o secretário de Justiça americano, John Ashcroft.
O principal acusado é Germán Briceño, conhecido como "Grannobles", irmão do número dois e chefe militar do grupo guerrilheiro, Jorge Briceño (conhecido como "Mono Jojoy"). Todos os acusados estão foragidos.
No mês passado, o governo americano já havia pedido o indiciamento de outros quatro membros das Farc e três brasileiros -entre eles o narcotraficante Fernandinho Beira-Mar, atualmente preso no Rio de Janeiro- pelo envio de cocaína aos EUA.
Segundo o governo americano, "Grannobles" seria o chefe do "Bloco Oriental" das Farc, que sequestrou e assassinou três indigenistas americanos que ajudavam a comunidade colombiana U'wa, no noroeste do país, perto da fronteira com a Venezuela.
Os três foram sequestrados em fevereiro de 1999. Os corpos, crivados de balas, foram encontrados no início de março do lado venezuelano da fronteira.
Ashcroft disse que as Farc e os seis guerrilheiros são acusados de "atos terroristas". Segundo ele, os indiciados enfrentarão processo por "conspiração para cometer assassinato e assassinato com armas de fogo".
As Farc haviam reconhecido em 1999 que o grupo de Germán Briceño havia matado os indigenistas, mas se recusaram a entregá-los às autoridades.
Segundo Ashcroft, para cumprir os requisitos das leis americanas contra o terrorismo, o Departamento da Justiça "se certificou de que as acusações de assassinatos extraterritoriais apresentadas contra as Farc tiveram como finalidade coagir, intimidar ou tomar represálias contra cidadãos dos EUA".
O presidente colombiano, Andrés Pastrana, disse no mês passado que a Colômbia entregaria aos EUA qualquer guerrilheiro das Farc cuja extradição tivesse sido solicitada por acusações de terrorismo ou narcotráfico. "Se houver provas, se forem cumpridos todos os requisitos legais e se são capturados, claro que os extraditaremos", disse Pastrana.



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