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JUSTIÇA
Morte de três indigenistas em fevereiro de 1999 foi assumida pelo grupo colombiano; guerrilheiros indiciados estão foragidos
EUA processam Farc por assassinato de americanos
DA REDAÇÃO
O governo dos EUA pediu ontem o indiciamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia) e de seis de seus guerrilheiros individualmente pelo assassinato de três indigenistas
americanos em 1999, anunciou
ontem o secretário de Justiça
americano, John Ashcroft.
O principal acusado é Germán
Briceño, conhecido como "Grannobles", irmão do número dois e
chefe militar do grupo guerrilheiro, Jorge Briceño (conhecido como "Mono Jojoy"). Todos os acusados estão foragidos.
No mês passado, o governo
americano já havia pedido o indiciamento de outros quatro membros das Farc e três brasileiros
-entre eles o narcotraficante
Fernandinho Beira-Mar, atualmente preso no Rio de Janeiro-
pelo envio de cocaína aos EUA.
Segundo o governo americano,
"Grannobles" seria o chefe do
"Bloco Oriental" das Farc, que sequestrou e assassinou três indigenistas americanos que ajudavam
a comunidade colombiana U'wa,
no noroeste do país, perto da
fronteira com a Venezuela.
Os três foram sequestrados em
fevereiro de 1999. Os corpos, crivados de balas, foram encontrados no início de março do lado venezuelano da fronteira.
Ashcroft disse que as Farc e os
seis guerrilheiros são acusados de
"atos terroristas". Segundo ele, os
indiciados enfrentarão processo
por "conspiração para cometer
assassinato e assassinato com armas de fogo".
As Farc haviam reconhecido em
1999 que o grupo de Germán Briceño havia matado os indigenistas, mas se recusaram a entregá-los às autoridades.
Segundo Ashcroft, para cumprir os requisitos das leis americanas contra o terrorismo, o Departamento da Justiça "se certificou
de que as acusações de assassinatos extraterritoriais apresentadas
contra as Farc tiveram como finalidade coagir, intimidar ou tomar
represálias contra cidadãos dos
EUA".
O presidente colombiano, Andrés Pastrana, disse no mês passado que a Colômbia entregaria aos
EUA qualquer guerrilheiro das
Farc cuja extradição tivesse sido
solicitada por acusações de terrorismo ou narcotráfico. "Se houver
provas, se forem cumpridos todos
os requisitos legais e se são capturados, claro que os extraditaremos", disse Pastrana.
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