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EUA festejam "avanço notável" no combate ao terror
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O governo dos EUA comemorou ontem um ""avanço notável"
no combate ao terrorismo mundial em 2002, ao divulgar seu relatório anual sobre o assunto.
Segundo Washington, Síria e Líbia permanecem na lista de países
que fomentam o terrorismo, embora tenham reduzido seu apoio.
Os demais países dessa relação
são Cuba, Irã, Iraque, Coréia do
Norte e Sudão.
O Irã foi considerado o país
mais ativo, e o Iraque, agora ocupado pelos EUA, pode deixar a lista no ano que vem.
Na América Latina, a Colômbia
continua sendo o principal foco.
O Brasil é citado como "cooperativo" na busca e na prisão de suspeitos de atentados terroristas.
A ofensiva antiterror americana, principal justificativa para as
guerras contra o Afeganistão e o
Iraque, é a maior bandeira política de George W. Bush. Vistos de
perto, no entanto, os números
mostrados ontem não justificam
grande otimismo ou o bordão de
que os EUA estão "vencendo a
guerra contra o terror".
Segundo o relatório divulgado
pelo secretário de Estado, Colin
Powell, "um progresso sem precedentes" na cooperação com outros países reduziu de 355 (em
2001) para 199 (em 2002) o número de ataques terroristas no mundo. Os EUA comemoraram a
marca como a menor em 30 anos.
O total de mortos caiu de 3.295
para 725 no período.
A queda de 44% no número de
atentados de um ano para o outro, contudo, se deve à redução de
ações terroristas contra oleodutos
na Colômbia -de 178 para 41 entre 2001 e 2002.
Em 2001, esses ataques representaram a metade das ações terroristas contabilizadas pelos
EUA. Se fossem excluídos, seria
de apenas 10,7% a queda no total
de atentados entre 2002 e 2001.
Já a redução de mortes de um
ano para o outro é evidente pelo
fato de 2001 ter concentrado as vítimas dos atentados de 11 de setembro. Naquele ano, os terroristas fizeram 3.295 mortos em todo
o mundo, contra 725 em 2002.
Mas, se os números de 2002 forem
comparados com os de 2000 (excluindo-se, portanto, o atípico
2001), houve, na verdade, uma alta de 79% no número de mortos.
Powell admitiu que os ataques
em 2002 "ocorreram em todas as
regiões do mundo", sendo o
maior deles contra uma discoteca
em Bali, na Indonésia, em outubro. Na ação, que os EUA vincularam ao grupo terrorista Al Qaeda,
202 pessoas morreram, sendo 30
delas americanas.
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