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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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EUA festejam "avanço notável" no combate ao terror

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O governo dos EUA comemorou ontem um ""avanço notável" no combate ao terrorismo mundial em 2002, ao divulgar seu relatório anual sobre o assunto.
Segundo Washington, Síria e Líbia permanecem na lista de países que fomentam o terrorismo, embora tenham reduzido seu apoio. Os demais países dessa relação são Cuba, Irã, Iraque, Coréia do Norte e Sudão.
O Irã foi considerado o país mais ativo, e o Iraque, agora ocupado pelos EUA, pode deixar a lista no ano que vem.
Na América Latina, a Colômbia continua sendo o principal foco. O Brasil é citado como "cooperativo" na busca e na prisão de suspeitos de atentados terroristas.
A ofensiva antiterror americana, principal justificativa para as guerras contra o Afeganistão e o Iraque, é a maior bandeira política de George W. Bush. Vistos de perto, no entanto, os números mostrados ontem não justificam grande otimismo ou o bordão de que os EUA estão "vencendo a guerra contra o terror".
Segundo o relatório divulgado pelo secretário de Estado, Colin Powell, "um progresso sem precedentes" na cooperação com outros países reduziu de 355 (em 2001) para 199 (em 2002) o número de ataques terroristas no mundo. Os EUA comemoraram a marca como a menor em 30 anos.
O total de mortos caiu de 3.295 para 725 no período.
A queda de 44% no número de atentados de um ano para o outro, contudo, se deve à redução de ações terroristas contra oleodutos na Colômbia -de 178 para 41 entre 2001 e 2002.
Em 2001, esses ataques representaram a metade das ações terroristas contabilizadas pelos EUA. Se fossem excluídos, seria de apenas 10,7% a queda no total de atentados entre 2002 e 2001.
Já a redução de mortes de um ano para o outro é evidente pelo fato de 2001 ter concentrado as vítimas dos atentados de 11 de setembro. Naquele ano, os terroristas fizeram 3.295 mortos em todo o mundo, contra 725 em 2002. Mas, se os números de 2002 forem comparados com os de 2000 (excluindo-se, portanto, o atípico 2001), houve, na verdade, uma alta de 79% no número de mortos.
Powell admitiu que os ataques em 2002 "ocorreram em todas as regiões do mundo", sendo o maior deles contra uma discoteca em Bali, na Indonésia, em outubro. Na ação, que os EUA vincularam ao grupo terrorista Al Qaeda, 202 pessoas morreram, sendo 30 delas americanas.


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