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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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JUSTIÇA

Medidas visavam combate à guerrilha e ao tráfico

Suprema Corte da Colômbia põe fim a estado de exceção de Uribe

DA FRANCE PRESSE

O estado de exceção que vigorava na Colômbia desde agosto do ano passado -e que dava ao presidente Álvaro Uribe poderes especiais para combater o terrorismo e o narcotráfico- foi levantado ontem, após a Suprema Corte ter determinado sua suspensão.
A medida tem efeito prático limitado, já que o estado de exceção só continuaria, de qualquer maneira, até o dia 8 de maio. Isso porque a Constituição colombiana só permite a decretação do estado de emergência por três períodos consecutivos de 90 dias.
Ainda assim, o governo se disse surpreso. "Não tínhamos nem sonhado com isso", afirmou o ministro do Interior, Fernando Londoño. "Não é uma boa notícia porque, evidentemente, vivemos em um país em comoção. A discussão é se o governo deve [ou não" ter instrumentos excepcionais para combater o terrorismo e a violência", disse.
Em um comunicado público, emitido em Washington, onde Uribe está em visita oficial, o governo disse que respeitaria a decisão da Justiça e procuraria "dotar o país de uma legislação ordinária para ter melhores possibilidades de administrar a ordem pública".
O estado de exceção, decretado logo após a posse de Uribe, permitiu ao governo adotar medidas políticas, militares e tributárias de emergência. Ele criou, por exemplo, um imposto sobre o patrimônio das pessoas mais ricas que permitiu uma arrecadação adicional de US$ 700 milhões.
O governo também autorizou a detenção de suspeitos sem ordem judicial e a interceptação de comunicações e colocou zonas do país sob controle militar.
Para anular o estado de exceção, a Corte Suprema argumentou que o tema não fora discutido de forma ampla no Senado.
Nos últimos dias, o governo propôs ao Congresso alterações na Constituição que dariam às forças de segurança amplos poderes em toda a Colômbia e não apenas nas regiões em conflito.
Uribe, um aliado de Washington, venceu a eleição com a promessa de conter a violência no país, que vive um conflito interno há mais de três décadas.
Nos últimos anos, os EUA destinaram US$ 2 bilhões para a Colômbia combater os grupos armados e o narcotráfico. O país é o principal exportador de cocaína para os EUA.


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