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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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ELEIÇÕES NA ARGENTINA

Ex-presidente propõe debate inédito na TV

Menem antecipa ministros para reduzir vantagem de Kirchner

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) escolheu o liberal Carlos Melconian, que conta com a simpatia do mercado financeiro, para ser seu ministro da Economia caso seja eleito no segundo turno da eleição presidencial, no próximo dia 18.
O anúncio faz parte da estratégia do peronista de buscar votos entre os indecisos e tentar minar a vantagem de seu adversário, o também peronista Néstor Kirchner, nas últimas pesquisas.
Levantamento da consultoria OPSM, de Enrique Zuleta Puceiro, publicado ontem no jornal "Página 12", traz Kirchner com 65,4% das intenções de voto. Menem tem apenas 12,8%.
Melconian é visto por analistas locais como o melhor nome para dar uma imagem de renovação à equipe de Menem. Foi cogitado por Eduardo Duhalde para ocupar o Ministério da Economia em 2002 e sua relação com o ex-presidente é considerada "recente".
Melconian também é visto como um economista à altura de Roberto Lavagna, atual ministro da Economia, que deve permanecer no cargo se Kirchner vencer.
Além de Melconian, Menem antecipou outros nomes que fariam parte de um eventual governo. São eles: Jorge Castro (Relações Exteriores), Oscar Salvi (Justiça), Pablo Rojo (Defesa) e Beatriz Nofal (Comércio Exterior).
A escolha de "caras novas" para o governo é uma decisão estratégica na campanha de Menem, que encarou como uma derrota a vantagem de apenas dois pontos percentuais no primeiro turno.
Menem esteve ontem na Província de San Luis, reduto eleitoral do candidato derrotado Adolfo Rodríguez Saá, outro peronista. O ex-presidente lhe prometeu um cargo num eventual governo, mas Saá disse que só terá uma resposta no domingo.
Kirchner também começou a traçar o perfil de um eventual gabinete de governo. O candidato quer ainda "convocar" nomes de outros partidos. Fala-se em Elisa Carrió, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, para alguma pasta social.
Menem convidou Kirchner para um debate na TV na semana que antecede o segundo turno. Kirchner não disse se aceita ou não. Na história argentina, nunca houve um debate de presidenciáveis na TV.


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