|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES NA ARGENTINA
Ex-presidente propõe debate inédito na TV
Menem antecipa ministros para reduzir vantagem de Kirchner
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) escolheu
o liberal Carlos Melconian, que
conta com a simpatia do mercado
financeiro, para ser seu ministro
da Economia caso seja eleito no
segundo turno da eleição presidencial, no próximo dia 18.
O anúncio faz parte da estratégia do peronista de buscar votos
entre os indecisos e tentar minar a
vantagem de seu adversário, o
também peronista Néstor Kirchner, nas últimas pesquisas.
Levantamento da consultoria
OPSM, de Enrique Zuleta Puceiro, publicado ontem no jornal
"Página 12", traz Kirchner com
65,4% das intenções de voto. Menem tem apenas 12,8%.
Melconian é visto por analistas
locais como o melhor nome para
dar uma imagem de renovação à
equipe de Menem. Foi cogitado
por Eduardo Duhalde para ocupar o Ministério da Economia em
2002 e sua relação com o ex-presidente é considerada "recente".
Melconian também é visto como um economista à altura de
Roberto Lavagna, atual ministro
da Economia, que deve permanecer no cargo se Kirchner vencer.
Além de Melconian, Menem
antecipou outros nomes que fariam parte de um eventual governo. São eles: Jorge Castro (Relações Exteriores), Oscar Salvi (Justiça), Pablo Rojo (Defesa) e Beatriz Nofal (Comércio Exterior).
A escolha de "caras novas" para
o governo é uma decisão estratégica na campanha de Menem, que
encarou como uma derrota a vantagem de apenas dois pontos percentuais no primeiro turno.
Menem esteve ontem na Província de San Luis, reduto eleitoral do candidato derrotado Adolfo Rodríguez Saá, outro peronista. O ex-presidente lhe prometeu
um cargo num eventual governo,
mas Saá disse que só terá uma resposta no domingo.
Kirchner também começou a
traçar o perfil de um eventual gabinete de governo. O candidato
quer ainda "convocar" nomes de
outros partidos. Fala-se em Elisa
Carrió, que ficou em quarto lugar
no primeiro turno, para alguma
pasta social.
Menem convidou Kirchner para um debate na TV na semana
que antecede o segundo turno.
Kirchner não disse se aceita ou
não. Na história argentina, nunca
houve um debate de presidenciáveis na TV.
Texto Anterior: Justiça: Suprema Corte da Colômbia põe fim a estado de exceção de Uribe Próximo Texto: Sars: Hong Kong tem primeiros casos de reincidência Índice
|