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Brasil usará fundo do Mercosul para construir linha de transmissão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio às tensões na fronteira por causa do surto de violência no Paraguai, o governo
brasileiro construirá no país vizinho uma linha de transmissão de energia e pagará integralmente a conta de US$ 350
milhões a US$ 400 milhões. É
uma forma de o Brasil compensar o Paraguai e impedir que seja revisto o Tratado de Itaipu,
como vem pressionando o presidente Fernando Lugo desde
que assumiu o governo.
Para evitar que essa transação passe pelo Congresso Nacional, onde poderia enfrentar
resistência, o governo brasileiro não fará o financiamento via
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), como é praxe. Utilizará
o Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul). Para consolidar o acordo, é preciso a autorização de
todos os países que integram o
bloco econômico -Brasil e Paraguai, Argentina e Uruguai.
Embora produza energia excedente, tanto que revende ao
Brasil cerca de 95% da parcela a
que teria direito da produção
da usina binacional, o Paraguai
tem enfrentado crise energética por falta de infraestrutura de
transmissão e distribuição da
energia das hidrelétricas até os
centros de consumo.
A linha de transmissão a ser
construída pelo Brasil terá 500
quilovolts de tensão e levará a
energia de Itaipu a Assunção.
A construção da linha faz
parte de acordo fechado em julho passado pelos presidentes
dos dois países, que incluía ainda o pagamento adicional de
US$ 240 milhões por ano do
Brasil ao Paraguai -essa parte
do acordo, no entanto, depende
da aprovação legislativa.
O assunto deverá ser um dos
temas discutidos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e Lugo durante encontro depois de amanhã em Ponta Porã
(MS), na fronteira com a cidade
paraguaia de Pedro Juan Caballero, onde a polícia investiga o
suposto envolvimento de brasileiros em atentado contra o senador Robert Acevedo.
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