São Paulo, sábado, 01 de maio de 2010

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Diálogo de paz no Oriente Médio recomeçará

EUA anunciam retomada na semana que vem de negociações indiretas de paz entre Israel e palestinos

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou ontem que conversas indiretas entre israelenses e palestinos começarão na próxima semana. Se isso ocorrer, será o primeiro êxito nos esforços do governo Barack Obama de retomar as negociações de paz desde a sua posse.
"Começaremos as conversas de aproximação na próxima semana", disse Clinton em Washington. "Futuramente queremos ver as partes em negociações diretas para resolver todas as questões."
Clinton antecipou que o enviado ao Oriente Médio do governo Obama, George Mitchell, que será o mediador das conversas indiretas, voltará à região na próxima semana.
A última tentativa da Casa Branca de iniciar a mediação, em março, recebeu uma ducha fria quando Israel anunciou a construção de 1.600 unidades habitacionais em Jerusalém Oriental, em plena visita à cidade do vice-presidente americano, Joe Biden.
Além ter provocado a pior crise entre Israel e os EUA dos últimos anos, expôs o dilema do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, dividido entre a pressão americana e o compromisso com os parceiros nacionalistas de seu gabinete.
Netanyahu manteve o discurso duro, mas nos últimos dias surgiram sinais de acomodação. Vereadores de Jerusalém revelaram nesta semana que as comissões que aprovam novos projetos imobiliários na cidade estão paradas desde o incidente com Biden, por ordem direta de Netanyahu.
Os palestinos, que exigem o total congelamento das construções em Jerusalém Oriental, onde pretendem instalar a capital de um futuro Estado, reagiram com cautela ao anúncio de Hillary. Saeb Erekat, principal negociador palestino, disse que uma decisão oficial só será anunciada hoje, numa reunião da Liga Árabe.
É improvável, contudo, que Hillary anunciasse o início das conversas sem a concordância das partes.
O início dos contatos indiretos pode significar uma pequena vitória para Obama, mas não esconde o retrocesso nas relações entre israelenses e palestinos, que até 2008 negociavam cara a cara. Segundo analistas, quando o diálogo foi interrompido pela ofensiva israelense na faixa de Gaza, em dezembro daquele ano, as negociações estavam bastante avançadas.


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