|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Diálogo de paz no Oriente Médio recomeçará
EUA anunciam retomada na semana que vem de negociações indiretas de paz entre Israel e palestinos
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou ontem que conversas indiretas entre israelenses e palestinos começarão na próxima
semana. Se isso ocorrer, será o
primeiro êxito nos esforços do
governo Barack Obama de retomar as negociações de paz
desde a sua posse.
"Começaremos as conversas
de aproximação na próxima semana", disse Clinton em Washington. "Futuramente queremos ver as partes em negociações diretas para resolver todas
as questões."
Clinton antecipou que o enviado ao Oriente Médio do governo Obama, George Mitchell,
que será o mediador das conversas indiretas, voltará à região na próxima semana.
A última tentativa da Casa
Branca de iniciar a mediação,
em março, recebeu uma ducha
fria quando Israel anunciou a
construção de 1.600 unidades
habitacionais em Jerusalém
Oriental, em plena visita à cidade do vice-presidente americano, Joe Biden.
Além ter provocado a pior
crise entre Israel e os EUA dos
últimos anos, expôs o dilema do
premiê israelense, Binyamin
Netanyahu, dividido entre a
pressão americana e o compromisso com os parceiros nacionalistas de seu gabinete.
Netanyahu manteve o discurso duro, mas nos últimos
dias surgiram sinais de acomodação. Vereadores de Jerusalém revelaram nesta semana
que as comissões que aprovam
novos projetos imobiliários na
cidade estão paradas desde o
incidente com Biden, por ordem direta de Netanyahu.
Os palestinos, que exigem o
total congelamento das construções em Jerusalém Oriental, onde pretendem instalar a
capital de um futuro Estado,
reagiram com cautela ao anúncio de Hillary. Saeb Erekat,
principal negociador palestino,
disse que uma decisão oficial só
será anunciada hoje, numa reunião da Liga Árabe.
É improvável, contudo, que
Hillary anunciasse o início das
conversas sem a concordância
das partes.
O início dos contatos indiretos pode significar uma pequena vitória para Obama, mas não
esconde o retrocesso nas relações entre israelenses e palestinos, que até 2008 negociavam
cara a cara. Segundo analistas,
quando o diálogo foi interrompido pela ofensiva israelense na
faixa de Gaza, em dezembro daquele ano, as negociações estavam bastante avançadas.
Texto Anterior: China reforça segurança em escolas após novo ataque Próximo Texto: Foco: Após 33 anos, belga recebe resposta a mensagem em garrafa pelo Facebook Índice
|