DA REDAÇÃO

O Reino Unido inaugura hoje quatro dias de comemorações do Jubileu de Ouro de sua rainha, Elizabeth 2ª, 76. Após 50 anos no trono, a monarquia é frequente alvo de críticas no país. A monarca, porém, é atualmente popular entre os britânicos -centenas de milhares de pessoas são esperadas em festividades em todo o país.
Poucos líderes nos cerca de mil anos de história da coroa britânica reinaram por tanto tempo -um dos maiores exemplos de longevidade é o de sua tataravó, a rainha Vitória, que governou por mais de 63 anos (1837-1901).
A julgar pelo seu bom estado de saúde e histórico familiar -sua mãe, a rainha-mãe, morreu em março aos 101 anos, um dos tristes episódios que marcaram o Jubileu- Elizabeth Alexandra Mary pode até superar essa marca.
Segundo pesquisa do instituto Mori, 58% dos britânicos querem a continuação do reinado até a morte; 71% acreditam que ela trabalha duro e, para 80%, a rainha é boa "embaixadora" do país.
Retrato de uma época em que a monarquia tenta se renovar e se reaproximar de seus súditos -mas sem perder a pose- as festas juntarão tradição e modernidade. Os mesmos jardins do palácio de Buckingham que abrigam hoje um concerto de música clássica, na segunda-feira tremerão por três horas ao som de astros do rock e do pop como Elton John, Sting, Phil Collins, Eric Clapton e Paul McCartney.
Embora tenha se tornado chefe de Estado em 6 de fevereiro de 1952, a rainha só celebra a sua ascensão ao trono em junho. A data do cinquentenário, há quatro meses, foi marcada pelo luto pela morte de seu pai, o rei George 6º.
Símbolo de uma nação renascida dos escombros da Segunda Guerra, Elizabeth 2ª e a monarquia estão entre os alvos favoritos da imprensa britânica. Não são poupados nem às vésperas das festividades: diários como "The Independent" e "The Guardian" afirmaram que, apesar de possuir muitas propriedades, a rainha estaria enfrentando uma crise financeira. Outro jornal, "The Times", tradicionalmente mais simpático à monarquia, rebateu ontem: as finanças de sua majestade estão em ótimo estado.
Controvérsias à parte, as ruas de Londres devem ser tomadas pelo público para as festas do Jubileu. O resultado da partida de estréia da Inglaterra na Copa do Mundo, amanhã, contra a Suécia, deve ajudar a determinar dimensão e estado de espírito da multidão.