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GUERRA SEM LIMITES
Empresas cogitam realocar funcionários
Medo de ataques deve causar êxodo de ocidentais na Arábia Saudita
DA REDAÇÃO
O medo de novos ataques terroristas, como o que ocorreu neste
fim de semana na cidade saudita
de Khobar -que usou escudos
humanos e deixou 29 mortos (20
deles estrangeiros)-, pode causar êxodo de trabalhadores ocidentais que vivem no país.
"Não foi alguém que pôs uma
bomba e fugiu. Foram homens
armados, com desejo de matar,
enlouquecidos, em uma grande
cidade. Não tem precedentes",
disse Tom Ripley, pesquisador do
Centro de Defesa e Estudos Estratégicos Internacionais britânico.
A violência do ataque assusta os
estrangeiros. Os comandos sauditas, que ainda buscam três dos
quatro terroristas supostamente
da Al Qaeda, não conseguiram
evitar um banho de sangue no
drama de 25 horas do luxuoso
condomínio. "Havia poças de
sangue em toda a parte", disse um
funcionário do Oásis. Segundo
testemunhas, o corpo de um britânico foi arrastado pelas ruas.
De acordo com Ripley, o leste da
Arábia Saudita, onde fica Khobar,
é a região petrolífera de maior importância no mundo, e a aparente
inabilidade do Estado em controlar a situação causa preocupação.
A credibilidade nas instituições
está fraca, afirma ele.
Um diplomata ocidental diz que
de fato a segurança é uma questão
crítica, mas que o governo saudita
não está sob ameaça. "A cada ataque terrorista alguns ocidentais
dizem "é hora de ir embora", mas
eu não prevejo uma fuga em massa." Mas, caso haja outro atentado, o que é provável, o êxodo de
ocidentais parece inevitável.
As grandes petrolíferas já estão
considerando repatriar ou realocar funcionários. Muitos executivos pensam em se mudar para o
Bahrein, a meia hora do leste saudita e com menos risco de ataques. Quatro escolas americanas
já foram fechadas no leste saudita.
Cerca de 6 milhões de estrangeiros trabalham no país, vitais para
a indústria petrolífera.
O presidente americano, George W. Bush, condenou o ataque e
elogiou ontem as forças de segurança por "salvarem muitos reféns", segundo a agência estatal
saudita. O atentado foi criticado
por líderes árabes e até por terroristas. "Essas ações são prejudiciais à segurança de nossos países
e aos interesses do islã", afirmou o
grupo palestino Hamas.
Com agências internacionais
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