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Washington aceita negociar com Teerã se ação nuclear for suspensa
Irã rejeita precondição, e agência oficial classifica proposta de "propaganda"
DA REDAÇÃO
O governo norte-americano,
em uma mudança de atitude
em relação ao Irã, declarou que
poderia se juntar ao grupo de
países europeus em negociações com Teerã caso o programa de enriquecimento de urânio desenvolvido em solo iraniano seja interrompido. Para
os EUA, o projeto visa a construção de uma bomba atômica.
Kazem Jalali, porta-voz da
Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento iraniano, disse que se os
EUA querem sentar-se à mesa
de negociações, devem fazê-lo
sem estabelecer precondições.
"O fato de o governo norte-americano demonstrar-se disposto a entrar nas negociações
é um fato positivo, mas suas
precondições não são apropriadas", disse Jalali. A agência oficial de notícias do Irã classificou a proposta de Washington
como "propaganda".
Condoleezza Rice, secretária
norte-americana de Estado,
declarou que "é hora de saber
se o Irã é sério em relação às negociações ou não". Ela repetiu a
posição americana, de que "todas as opções" estão sobre a
mesa, mas prometeu um aumento da colaboração econômica com o Irã se o país abandonar suas ambições nucleares.
Os EUA não têm relações com o
governo iraniano desde 1979.
Ceticismo
Os países europeus envolvidos nas conversações com o Irã
elogiaram o anúncio do governo dos EUA, mas diplomatas se
mostraram céticos quanto aos
resultados práticos.
"Creio que será difícil o Irã
dizer sim. E os americanos talvez não queiram realmente que
eles digam sim", disse à agência
de notícias Reuters um diplomata europeu que acompanha
o assunto. "Mas Bush pode dizer que foram os iranianos -e
não Washington- que rejeitaram o diálogo."
Segundo um alto funcionário
da administração Bush, que
também falou à Reuters, Washington crê que já exista um
consenso entre os países participantes das conversações
-Reino Unido, Alemanha,
França, Rússia e China- que,
se a proposta não for aceita, todos apoiariam a aplicação de
sanções ao Irã por meio do
Conselho de Segurança da
ONU. Rússia e China colocaram anteriormente objeções
sobre punir o governo iraniano
por meio do Conselho de Segurança.
Mohamed ElBaradei, chefe
da Agência Internacional de
Energia Atômica, ligada à ONU,
disse encorajar a aceitação do
Irã para tomar parte nas negociações com inclusão dos EUA.
O presidente dos EUA, George W. Bush disse que o país estava tomando uma "posição de
liderança" para resolver a questão de maneira diplomática.
Com agências internacionais
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