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Lei pró-Cuba avança na Câmara dos EUA
Comissão de Agricultura aprova projeto para liberar viagens de americanos e facilitar compra de alimentos
Legislação ainda tem de passar por 2 comissões e pelo plenário antes de seguir para votação
no Senado americano
DE CARACAS
A Comissão de Agricultura
da Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA
aprovou ontem, por 25 votos
a 20, projeto de lei para liberar as viagens de todos os cidadãos americanos a Cuba e
para facilitar a compra de alimentos pelo regime dos irmãos Castro.
O sinal verde ao projeto,
proposto por grupo de 62 parlamentares democratas e da
oposição republicana, foi comemorado por analistas e
ONGs de direitos humanos
que militam pela aproximação entre Washington e Havana, sem relações diplomáticas plenas desde 1961.
"Nós tentamos isolar Cuba
por mais de 50 anos e não
funcionou. O voto de hoje
mostra que o Congresso está
pronto a mudar essa abordagem", disse o presidente da
comissão, Collin Peterson.
Antes de ser votada no plenário, a legislação ainda tem
de passar pelas comissões de
Finanças e de Relações Exteriores da Casa.
Caso ela consiga superar
todas essas barreiras, a proposta de legislação será avaliada pelo Senado.
A aprovação apertada de
ontem revela o êxito da pressão de deputados e senadores americanos ligados ao
agronegócio. Eles argumentam que as restrições impostas pelo embargo americano
à ilha, endurecidas pelo governo George W. Bush (2001-2009), fazem seus Estados
perderem espaço no mercado de 11 milhões de cubanos
para Brasil e Europa.
A aprovação de ontem
contou também com o lobby
da poderosa Câmara de Comércio dos EUA, que enviou
carta aos congressistas
apoiando o projeto ainda antes do debate na comissão.
Se a legislação for aprovada, Cuba deixará de ter de pagar adiantado pelos bens que
compra dos EUA e poderá fazê-lo no ato de entrega. Poderá ainda transferir o dinheiro
diretamente, sem terceiros
países como canal.
Desde 2000, apesar do embargo econômico, Washington pode vender alimentos e
medicamentos à ilha, o que
faz do país o quinto maior
parceiro comercial de Cuba.
As vendas americanas caíram em 2009 por conta da
crise econômica cubana: os
EUA venderam US$ 528 milhões em alimentos, contra
US$ 710 milhões em 2008.
Para analistas, a medida
de maior impacto do projeto
é a liberação de viagens para
todos os americanos. No ano
passado, num aceno a Havana, o governo Barack Obama
liberou as viagens de cubano-americanos à ilha.
Missões de acadêmicos e
empresários americanos, no entanto, ainda são complicadas pela burocracia das permissões a viagens.
Com agências de notícias
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