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Merkel sofre para eleger presidente
Mesmo com maioria no Parlamento, coalizão governista precisou de três votações para passar seu candidato
Dificuldade demonstra que o nome de Christian Wulff, presidente mais jovem do país, provoca mais rachas que união
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O que seria mera formalidade se transformou ontem
em pesadelo para a chanceler (premiê) alemã, Angela
Merkel, e sua coalizão. Foram necessárias três votações no Parlamento para que
o candidato governista à Presidência do país, Christian
Wulff, fosse eleito.
Tudo isso apesar de a coalizão governista contar, desde o princípio, com uma superioridade matemática de
21 votos sobre a oposição.
Na Alemanha, o cargo de
presidente é meramente cerimonial, sem caráter político.
No primeiro escrutínio,
Wulff obteve 600 dos 1.242
votos possíveis; depois, 615
de 1.239; e, só no terceiro, 625
de 1.242, chegando à maioria.
Os números mostram que
o novo presidente alemão, o
mais jovem do país, está longe de unir legendas, e que a
crise iniciada nas eleições legislativas de 2009 continua.
"Foi mais emocionante do
que qualquer um poderia esperar. Parece que muitas pessoas querem mandar um recado a Merkel", disse Frank-Walter Steinmeier, líder do
opositor SPD (Partido Social-Democrata) na Casa.
"Foi um grande tapa na cara. Eu não esperava que tantos votassem contra ela [a
chanceler]", afirmou o cientista político Gerd Langguth,
da Universidade de Bonn.
"RACHA"
Os líderes dos três partidos
da coalizão -Merkel, da CDU
(União Democrata-Cristã), o
vice-chanceler e ministro do
Exterior, Guido Westerwelle,
do FDP (Partido Liberal Democrata), e o presidente da
Baviera, Horst Seehofer, da
CSU (União Social Cristã)-
tiveram que engolir seco a divergência dos partidários.
Respectivamente, 44, 29 e
19 integrantes da coalizão rejeitaram apoio ao seu próprio
candidato nas votações. Antes da terceira rodada, Merkel chegou a reunir todos e
fazer um chamado à unidade, além de um alerta para
eventuais danos à coalizão,
formada há nove meses.
Merkel lançou Wulff há
um mês como solução para
uma inesperada renúncia de
Horst Köhler e para a alta rejeição interna contra o primeiro nome aventado, o da
ministra do Trabalho, Ursula
von der Leyen.
A ESQUERDA
Um dos fatores que colaboraram para a escolha de
Wulff foi a retirada dos candidatos do partido A Esquerda
e do neonazista NPD (Partido
Nacional-Democrata).
Ontem, a oposição lamentou que os esquerdistas, herdeiros políticos do comunismo, tenham se recusado a
apoiar Joachim Gauck, que
terminou em segundo lugar.
Gauck foi líder civil e combateu o regime comunista da
Alemanha Oriental.
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