São Paulo, quarta, 1 de julho de 1998

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PARCERIA EM VISTA
Para agradar à China, presidente reitera posição dos EUA sobre a "ilha rebelde' e elogia "estabilidade chinesa'
Clinton rejeita independência para Taiwan

Associated Press
Bill Clinton e sua filha, Chelsea, dão comida a peixes em parque


das agências internacionais

O presidente dos EUA, Bill Clinton, chamou ontem a China de uma "força de estabilidade" no cenário da crise financeira asiática e reiterou a seu colega chinês, Jiang Zemin, a oposição norte-americana à independência de Taiwan.
Foi a primeira vez que Clinton defendeu pessoalmente a posição, já consagrada na orientação diplomática de Washington desde o começo dos anos 70.
Clinton, em suas declarações, era vago na oposição à independência de Taiwan. Mas nunca propôs que os EUA revissem a política, defendida por seus antecessores e por sua secretária de Estado, Madeleine Albright.
A declaração de Clinton desagradou a Taiwan, mas não chegou a responder completamente aos desejos da China, que queria redigir uma nova nota sino-americana sobre a questão. Pequim pediu a Clinton que transformasse suas palavras sobre Taiwan em ação.
Taiwan foi o refúgio dos nacionalistas derrotados pelo Partido Comunista em 1949. Para Pequim, trata-se de uma "ilha rebelde", que deve se reunificar.
Clinton deve exortar os chineses, em Xangai, a promoverem reformas econômicas que permitam às empresas norte-americanas maior acesso ao mercado chinês.
Respondendo a perguntas de ouvintes em um "talk show" de uma FM de Xangai, Clinton disse: "A China fez um ótimo trabalho ao manter sua moeda estável". Ele ressaltou que o crescimento da região depende da recuperação do Japão.
Clinton chegou a Xangai, coração industrial e financeiro da China, com a missão de alavancar novos negócios.
Nos encontros com empresários, Clinton terá de tratar sobre o déficit, em 97, de cerca de US$ 50 bilhões de seu país na balança comercial com a China. Os EUA argumentam que Pequim ainda mantém seu mercado pouco aberto a importações.
Ontem, Clinton afirmou que gostaria que a China se tornasse membro da Organização Mundial do Comércio (espécie de coordenadora do comércio mundial), mas que, antes, Pequim tem de conceder maior acesso a seu mercado e criar condições para o investimento externo.
China e EUA previam a assinatura de um acordo comercial na visita de Clinton. Mas os negociadores não chegaram a um consenso. Segundo a Casa Branca, as ofertas chinesas "ainda não são suficientes".



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