São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Hamas assume atentado em refeitório lotado de estudantes, muitos estrangeiros; Israel anuncia retaliação

Terror mata 7 em universidade de Jerusalém

Reuters
Vítima de atentado é atendida por voluntários minutos após explosão de bomba


DA REDAÇÃO

A explosão de uma bomba colocada por extremistas palestinos no refeitório da Universidade Hebraica de Jerusalém matou sete pessoas e feriu cerca de 80 -14 em estado grave. Cinco dos mortos são estrangeiros, um deles americano, segundo a rádio Israel. A nacionalidade dos outros quatro não havia sido determinada até o fechamento desta edição.
O grupo extremista islâmico Hamas assumiu a autoria do ataque contra a universidade, conhecida pela convivência harmoniosa entre árabes e judeus. Muitos dos feridos ontem eram árabes israelenses. O Hamas alegou que o atentado terrorista foi uma resposta a ação israelense na semana passada em Gaza, que matou um de seus líderes e outras 14 pessoas, sendo nove crianças. O Hamas já realizou dezenas de atentados.
O ministro da Defesa de Israel, Binyamin Ben Eliezer, anunciou que haverá uma retaliação militar ao atentado de ontem. Segundo ele, Israel mantém 133 terroristas detidos que iriam cometer ataques terroristas.
Diferentemente de atentados anteriores, a explosão de ontem não foi provocada por um homem-bomba. Os explosivos estavam dentro de uma sacola que foi colocada sobre uma mesa do refeitório. Eram 14h, e o local estava lotado de estudantes.
Com a explosão, paredes caíram e janelas foram quebradas. A maior parte das vítimas tem idade variando de 18 a 30 anos.
Os alunos regulares da universidade estão de férias. A maioria no refeitório atacado era formada por estudantes estrangeiros e de Israel que fazem cursos de verão.
Reportagem de um jornal feito por estudantes da universidade alertava em abril deste ano sobre o risco de um atentado. A universidade afirma que há forte fiscalização no campus.
O atentado de ontem aconteceu um dia após homem-bomba se explodir e ferir pelo menos sete pessoas no centro de Jerusalém.
David Baker, assessor do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, divulgou o seguinte comunicado: "Israel está lutando contra o terror, pelo direito de caminhar pelas ruas, pegar um ônibus e sentar em uma lanchonete sem o medo de ser alvo do terrorismo palestino".
Em Washington, o presidente dos EUA, George W. Bush, condenou o atentado afirmando: "Condeno da maneira mais dura possível o ataque que aconteceu ontem em Israel". A ONU, o Brasil e a União Européia também usaram termos parecidos.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP), presidida por Iasser Arafat, disse que condena o ataque. E, mais uma vez, acusou Sharon de ser responsável pela onda de terror ao manter a ocupação dos territórios palestinos.
O Hamas disse que o atentado de ontem seria o primeiro de uma série de dez para vingar a morte de seu líder militar na semana passada. Simpatizantes do grupo saíram às ruas de Gaza ontem para comemorar o ataque.

Jenin
Investigação da ONU sobre a invasão israelense no campo de refugiados de Jenin (Cisjordânia), durante ofensiva entre março e maio após série de atentados em Israel, deve indicar que não houve massacre, diferentemente do que vinham afirmando a ANP e países árabes. A informação é de um relatório da entidade, que será divulgado hoje. Segundo a investigação, extremistas palestinos armazenavam armas no campo, como diziam autoridades israelenses. Israel é criticado por impedir a entrada de ajuda no local.
Ao menos 1.471 palestinos e 573 israelenses morreram desde o início da Intifada, a revolta palestina contra a ocupação israelense, em setembro de 2000.

Com agências internacionais


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