São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2000

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Peru e Bolívia reduzem plantio ilícito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A política de erradicação dos cultivos para a produção de drogas nos países andinos teve, nos últimos anos, êxito na Bolívia e no Peru, mas fracassou na Colômbia, de acordo com o último relatório da ONU sobre o tema.
A diminuição da produção na Bolívia e no Peru foi acompanhada de um crescimento de plantações ilegais na Colômbia, o maior produtor mundial de cocaína e importante provedor de heroína. O país possui hoje cerca de 122,5 mil hectares de plantações de coca, 20% a mais que em 1998.
Para cada hectare plantado (área equivalente a 1,4 campo de futebol), cerca de 1,45 kg de cocaína pura é obtido.
Segundo estudo realizado pelo Órgão Internacional de Controle de Entorpecentes das Nações Unidas (OICS), a Bolívia possuía, em 1995, 48 mil hectares de plantação de narcoplantas e passou para menos de 24 mil hectares em 1999. A produção no Peru caiu de 115.300 hectares existentes em 1995 para menos de 50 mil hectares no final de 1999.
Segundo estudo feito pelo Departamento de Estado dos EUA, os cultivos ilícitos de coca na região andina foram em grande parte transferidos para os territórios controlados pela guerrilha e pelos paramilitares colombianos.
Os narcotraficantes colombianos provêem 90% da cocaína consumida nos EUA e até dois terços da heroína que chega à Costa Oeste do país. Tendo em vista o aumento da área de cultivo para a produção de drogas em seu território, o governo de Andrés Pastrana elaborou o Plano Colômbia, que pretende reduzir, em cinco anos, em pelo menos 50% o cultivo ilícito no país.
A pesquisadora colombiana Constanza Ramírez afirma em seu estudo sobre o narcotráfico que a presença dos grupos armados em zonas estratégicas para o cultivo foi mais fortalecida pelo fato de o Estado colombiano ter abandonado essas regiões do que pelo poderio militar dos grupos armados insurgentes.
Na Bolívia, o presidente, Hugo Banzer, fez da luta contra a produção ilícita uma das prioridades de seu governo. Com a drástica redução da atividade, estima-se que cerca de US$ 500 milhões deixaram de circular no país.


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