São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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França nega "carta branca" a EUA

DA REDAÇÃO

O governo da França reafirmou ontem sua oposição à aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU ameaçando o Iraque com uma ação militar e advertiu que essa posição poderia ameaçar a estabilidade internacional. "Não queremos dar uma carta branca para uma ação militar, porque nós queremos assumir totalmente nossas responsabilidades", afirmou o chanceler francês, Dominique de Villepin.
A oposição da França, que, ao lado de EUA, Reino Unido, China e Rússia, compõe o quinteto de membros permanentes do CS (Conselho de Segurança), com poder de veto sobre suas resoluções, ameaça o desejo americano de ver aprovada nesta semana uma resolução contra o Iraque.
Os governos da China e da Rússia também já se manifestaram contra a aprovação de uma nova resolução contra o Iraque.
A proposta preliminar de resolução, que os EUA pretendem apresentar amanhã, prevê "o uso de todos os meios necessários" para desarmar o Iraque. Ela também determina um prazo de sete dias para Bagdá aceitar as demandas da ONU e estabelece o acompanhamento dos inspetores de armas por guardas armados.
A França propõe a aprovação de uma resolução determinando o retorno das inspeções de armas da ONU. Se o país desrespeitasse essa resolução, seria proposta uma outra autorizando uma ação militar. O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, admitiu ontem que poderá haver mais de uma resolução contra o Iraque.
Os EUA vêm intensificando paralelamente o lobby entre os dez membros não-permanentes do CS, mas também vem encontrando resistências. "Não achamos que deve haver nenhuma resolução", afirmou Fayssal Mekdad, representante da Síria no CS.

Blair
O Partido Trabalhista britânico, do premiê Tony Blair, aprovou ontem uma resolução apoiando um eventual ataque militar ao Iraque, mas só após o esgotamento de todos os canais diplomáticos.
A margem da votação -60% a 40%- indica que Blair está longe de conseguir um apoio consensual dentro do partido para sua posição de principal aliado dos EUA na crise com o Iraque.


Com agências internacionais

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