São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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Sob forte segurança, 2.500 assistem a evento

DO ENVIADO A CORAL GABLES

Mais gente que na convenção do Partido Democrata, menos que na cerimônia do Oscar. Assim podem ser definidos os bastidores da noite do primeiro de três debates entre os dois homens que querem comandar o país mais poderoso do mundo.
Segundo os organizadores, 2.500 pessoas foram admitidas para acompanhar o encontro entre Bush e Kerry, a maioria jornalistas americanos. Destes, parte ficou na arena esportiva da Universidade de Miami, rebatizada de "Salão do Debate", parte ficou num salão contíguo àquele.
Entre os que estavam no salão havia cem estudantes da universidade, batizados pela reitora de "Os Cem Felizardos", que venceram concurso cuja prova era uma redação com o tema "Democracia em Ação - Faça seu Voto Contar" e que só foram comunicados do feito na noite de anteontem, por razões de segurança.
Mais ou menos o mesmo tanto ficaria de fora, no bloqueio policial mais próximo à entrada principal, brandindo bandeiras dos EUA, gritando slogans, carregando faixas ou distribuindo adesivos com dizeres sarcásticos -o melhor era "Flush the Johns" (um trocadilho em inglês com "dê a descarga" e os primeiros nomes dos candidatos democratas à presidência e a vice-presidente).
A área em torno da universidade, em Coral Gables, passaria o resto da noite parada por conta de bloqueios policiais e do trânsito. Para chegar ao salão, era preciso vencer cinco barreiras, comandadas principalmente pelo serviço secreto americano.
O aparato de segurança era grande -a Flórida foi usada como base de operação por alguns dos 19 terroristas do 11 de Setembro-, mas menor que o das convenções democrata e republicana.
A agitação mesmo aconteceu a poucos quilômetros dali, em Miami, palco de dezenas de festas para acompanhar o debate, batizadas de "Debate Watch Party". A principal teve lugar no agitado café do Cavalier Hotel, na Ocean Drive, que mobilizou o Rock-the-Vote, campanha da MTV para mobilizar os jovens a votar, e a turma do rapper P. Diddy, cuja campanha "Citizen Change/ Vote-or-Die" tem grande penetração entre os jovens negros.
Nos bastidores do debate a temperatura subiu. Minutos antes de começar o encontro, os jornalistas receberam documento com os dizeres "Top Secret", e um CD anexo, batizado de "Bush x Reality". Produzido pela campanha de Kerry, trazia desmentidos a frases e afirmações de Bush em quase quatro anos de mandato. Segundo Chad Clanton, porta-voz democrata, três atualizações seriam distribuídas aos jornalistas e enviadas a blogs políticos durante e ao final do debate. (SD)


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