|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMORES BRUTOS
Recruta diz que o amante era "cavalheiro"
Pivô da tortura em prisão culpa paixão
ADAM TANNER
DA REUTERS
Lynndie England, 22, pára e
pensa em como se tornou o símbolo dos abusos dos EUA na prisão iraquiana de Abu Ghraib.
Um sorriso cheio de dor brilha
no rosto da jovem, famosa por
aparecer em uma fotografia puxando um prisioneiro iraquiano, nu, por uma coleira.
A entrevista foi feita antes de
sua condenação, ocorrida na
terça, a três anos de prisão. Ela
põe a culpa por seus atos em sua
paixão por Charles Graner Jr.,
37, comandante dos abusos e
pai de Carter, 11 meses, fruto do
casal. Graner, cumprindo pena
de dez anos, assumiu que lhe pediu que segurasse a coleira.
Meses antes, England recebera
ordens superiores para encerrar
o namoro. Graner encantou a
jovem, que havia se casado e separado havia menos de um ano,
antes de a tropa ser mandada
para o Iraque. "Ele sempre agia
como cavalheiro, abrindo portas e puxando cadeiras."
England, nascida no Estado de
Kentucky, disse que Graner punha música regional para atraí-la para seus aposentos.
A tropa viajou em 2003, e ela
tinha um trabalho administrativo na prisão, mas visitava o namorada nas áreas restritas. Os
prisioneiros, segundo ela, freqüentemente estavam nus e gritavam, sofrendo tortura. "Ainda
tenho pesadelos com os gritos."
Sobre as fotos que devem ficar
nos livros de história, ela comenta: "Não sou eu. Acho que o
serviço muda a pessoa", disse
depois de uma longa pausa.
Texto Anterior: Iraque sem tutela: Terror sunita visa provocar guerra civil Próximo Texto: EUA: Bush critica fala de republicano sobre aborto de negros Índice
|