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MÍDIA
Miller fala após se negar a revelar fonte no caso do vazamento do nome de espiã
Repórter do "NYT" presta depoimento
LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK
Depois de passar 85 dias detida
em uma prisão federal por não revelar sua fonte, um recorde nos
EUA, a repórter do "New York Times" Judith Miller prestou mais
de quatro horas de depoimento
secreto ontem em Washington na
investigação do vazamento do
nome da agente secreta da CIA
Valerie Plame em 2003.
A jornalista declarou ontem que
só concordou em falar porque sua
fonte, Lewis Libby, chefe-de-gabinete do vice-presidente dos EUA,
Dick Cheney, pediu que ela colaborasse. "Com isso, conclui que
minha fonte queria genuinamente que eu desse meu testemunho",
disse, sem citar o nome.
O advogado de Libby polemizou a questão ao afirmar que Miller havia sido legalmente liberada
do compromisso de confidencialidade havia mais de um ano. "Por
que ninguém telefonou há 80
dias?", disse Joseph Tate.
"Eu fiquei presa por 85 dias porque acredito na importância da
manutenção da confidencialidade entre jornalistas e suas fontes.
Acreditem, eu não queria estar
numa cadeia", disse Miller.
Detida por desacato, ela seria liberada em outubro, quando vence o prazo do júri do inquérito.
A organização Repórteres sem
Fronteiras lamentou ontem que a
liberação de Miller tenha sido à
custa da violação do princípio da
confidencialidade das fontes, ainda que houvesse consentimento.
A investigação busca identificar
o integrante do governo que vazou a identidade da espiã Plame,
conforme publicado pelo colunista político Robert Novak.
O marido da agente, Joseph
Wilson, ex-embaixador em Bagdá, acusou o governo de vazar o
nome em retaliação a ele, depois
que publicou um artigo em que
desmentia uma das justificativas a
invasão do Iraque, a suposta compra de urânio africano pelo ex-ditador Saddam Hussein.
O "New York Times" confirmou que Miller conversou com
Libby pessoalmente e por telefone
alguns dias depois da publicação
do artigo de Wilson. Porém a repórter não chegou a publicar reportagem sobre Plame.
Outro repórter, Matthew Cooper, da revista "Time", disse aos
investigadores que Libby e o assessor presidencial Karl Rove
conversaram com ele sobre a
identidade de Plame naquela
mesma semana. A Casa Branca
nega o envolvimento de ambos
Libby e Rove no vazamento.
Com agências internacionais
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