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ESPANHA
Catalunha se declara "nação" em reforma legal
DA REDAÇÃO
O Parlamento da Comunidade
Autônoma da Catalunha (Espanha) aprovou ontem a reforma de
seu Estatuto (tipo de Constituição) em que define a região como
uma "nação" e estabelece sua
própria forma de contribuição financeira para o Estado espanhol.
O texto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional
(espanhol). Avalia-se que dificilmente os parlamentares espanhóis irão ratificar o Estatuto sem
fazer mudanças no texto.
Entre os principais pontos estão
a referência à Generalitat (o governo da Catalunha) como Estado e uma menção aos "direitos
históricos do povo catalão". Estabelece também o "dever de conhecer" tanto a língua catalã
quanto a castelhana.
O Partido Popular (direita, que
faz oposição ao primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero)
foi a única força no Parlamento
da Catalunha a votar contra a
aprovação do Estatuto. O secretário-geral do partido, Ángel Acebes, afirmou que irá pedir a antecipação das eleições gerais caso o
governo espanhol não trate a
questão do texto catalão como reforma constitucional.
Segundo Acebes, o Estatuto
contém ao menos 50 itens inconstitucionais, e o Estado espanhol
está diante de "um processo de
separação territorial".
A vice-primeira-ministra espanhola, María Teresa de la Vega,
afirmou que o governo respeita a
decisão dos catalães, mas disse
que isso não significa que "o texto
não possa ser retocado se houver
pontos inconstitucionais".
A questão financeira, um dos
pontos mais polêmicos durante o
trâmite no Parlamento, prevê que
a Comunidade Autônoma recolha todos os impostos na região
desde o primeiro ano e tenha autoridade normativa sobre eles. Só
depois é que irá repassar sua contribuição para o Estado, apesar de
prever o princípio de solidariedade com as regiões menos desenvolvidas da Espanha.
Após a aprovação do Estatuto, o
presidente da Generalitat, Pasqual Maragall, e o líder da oposição, Artur Mas, posaram juntos
para fotos em frente a um quadro
do artista Antoni Tàpies que retrata a resistência catalã à ditadura franquista (1939-75).
Com agências internacionais
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