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Bloco pró-Ocidente lidera na Ucrânia
Se resultado se confirmar, Yulia Tymoshenko voltará ao cargo de primeira-ministra da Ucrânia, que ocupou em 2005
Após Revolução Laranja,
país mergulhou em crise
política; ex-premiê defende
laço com Ocidente, e Rússia
diz que trabalhará com Kiev
DA REDAÇÃO
Pesquisas de boca-de-urna
indicam que o bloco pró-Ocidente formado pelos partidos
do presidente Viktor Yushchenko e da ex-premiê Yulia
Tymoshenko deve vencer por
luma pequena margem as eleições parlamentares de ontem
na Ucrânia. Combinados seus
resultados, os líderes da Revolução Laranja devem arrebatar
em torno de 45% dos votos.
Os dados foram divulgados
depois do fechamento dos colégios eleitorais, às 22h (16h no
horário de Brasília).
As mesmas pesquisas mostram ainda que Viktor Yanukovich -o atual premiê, mais alinhado a Moscou- ficou com 35,5% dos votos.
Confirmados os resultados,
seu Partido das Regiões deve
ser o que mais votos conseguiu.
Entretanto o percentual não é
suficiente para se impôr sobre
uma provável coalizão entre
seus antigos adversários na Revolução Laranja. Tymoshenko
teria obtido cerca de 31,5% dos
votos, e Yushchenko, 13,5%.
Os dois líderes pró-Ocidente
fecharam um acordo pouco antes da votação, depois que
Yushchenko procureou a líder
que ele demitiu do cargo de
premiê em 2005 -dando início
à crise política na qual até agora
o país está mergulhado- para
formar uma coalizão contra
Yanukovich.
Foi a eleição do atual premiê
para a Presidência, em 2004, o
estopim para as manifestações
populares que tomaram as ruas
do país naquele mesmo ano. A
votação foi considerada fraudulenta e, em meio à onda de
protestos que ficou conhecida
como Revolução Laranja, a Suprema Corte anulou os resultados e marcou um novo segundo
turno. Desta vez, Yushchenko
venceu e nomeu Tymoshenko
sua premiê. Mas a erosão dessa
coalizão acabou por fragilizar o
governo, fazendo com que a
premiê fosse demitida e os poderes do presidente, limitados.
Agora, a carismática Tymoshenko, à frente do bloco político que leva seu nome, deve se
tornar mais uma vez premiê,
dando início a um novo ciclo de
relações com a União Européia.
"Acredito que ninguém possa diminuir a vitória conquistada pela Ucrânia. Tudo vai dar
certo. Em uma questão de semanas, daremos nossa primeira coletiva de imprensa no governo", disse Tymoshenko a jornalistas após a divulgação
das pesquisas. O maior trabalho dos dois líderes a princípio,
no entanto, deve ser "para consolidar as relações dentro de
seu próprio bloco e evitar as
turbulências dos últimos dois
anos.
Participação alta
A votação de ontem -a terceira em nível nacional em três
anos- foi convocada em razão
da dissolução do Parlamento,
há seis meses, por Yushchenko.
Apesar de a população estar
descontente com a crise política no país, na maioria dos distritos a participação dos eleitores foi alta, superando os 50%.
Segundo a Comissão Eleitoral
Central, o comparecimento foi,
em média, de 57,3% em 163 dos
225 distritos existentes.
Trinta e sete milhões de
ucranianos poderiam votar ontem no novo Parlamento, que
tem 450 cadeiras. Embora haja
20 partidos na disputa, apenas
três conseguirão atingir os 3%
exigidos para entrar no Parlamento.
Rússia
Segundo declarou o embaixador russo na Ucrânia, Viktor
Chernomirdin, à agência de notícias France Press, a Rússia está disposta a cooperar com o
novo governo. A declaração foi
feita após as urnas fecharem.
Ao ser questionado se a Rússia estaria disposta a cooperar
com um governo dirigido por
Yulia Timoshenko, líder da
"Revolução Laranja" e favorável à aproximação com o Ocidente, Chernomirdin disse:
"Naturalmente, (trabalharemos) com qualquer governo".
Com agências internacionais
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