São Paulo, quinta-feira, 01 de outubro de 2009

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Dilma diz que não vai "discutir nem relativizar golpe"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem que não se pode "relativizar" o golpe em Honduras e que a América Latina não deve compactuar com esse tipo de situação.
"O golpe não é relativo; não vou discutir nem relativizar o golpe. Não cabe ao governo brasileiro fazer isso. O governo simplesmente se posicionou a uma situação dada. Não podemos ficar discutindo em que circunstâncias ele foi feito. A gente tem de valorizar que na América Latina não deve mais ter golpe de Estado. Não podemos compactuar com isso."
Dilma evitou criticar a atitude do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que está abrigado na embaixada do brasileira e tem utilizado o local para conclamar a população à desobediência civil.
Ela comparou a situação de Zelaya a de asilados políticos brasileiros na década de 70.
"Eu sei de muitos casos de pessoas que estão no poder no Brasil, no governo, que usufruíram de condições de asilo. Tinha gente que dormia dentro da piscina no Chile, e não eram 60 pessoas. Em alguns casos, no Chile, houve 300 [pessoas na embaixada]. O processo de asilo diante de um golpe militar não deve ser controlado pela embaixada dos países aos quais as pessoas recorreram. O processo de asilo é responsabilidade da quebra de liberdade em um determinado país", disse.
Contestada sobre o status de Zelaya, que segundo o governo brasileiro não é asilado político, a ministra respondeu que o importante é valorizar a democracia. "Pode ser asilo, abrigo. Éramos dissidentes e oposicionistas aos governos, minha geração. Eu sou uma defensora do regime democrático, das liberdades civis e dos direitos humanos. Tenho certeza que a grande maioria dos brasileiros é. Nós somos uma das maiores democracias do mundo. A gente tem de valorizar isso."


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