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Dilma diz que não vai "discutir nem relativizar golpe"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) disse ontem que
não se pode "relativizar" o golpe em Honduras e que a América Latina não deve compactuar
com esse tipo de situação.
"O golpe não é relativo; não
vou discutir nem relativizar o
golpe. Não cabe ao governo brasileiro fazer isso. O governo
simplesmente se posicionou a
uma situação dada. Não podemos ficar discutindo em que
circunstâncias ele foi feito. A
gente tem de valorizar que na
América Latina não deve mais
ter golpe de Estado. Não podemos compactuar com isso."
Dilma evitou criticar a atitude do presidente deposto de
Honduras, Manuel Zelaya, que
está abrigado na embaixada do
brasileira e tem utilizado o local para conclamar a população
à desobediência civil.
Ela comparou a situação de
Zelaya a de asilados políticos
brasileiros na década de 70.
"Eu sei de muitos casos de
pessoas que estão no poder no
Brasil, no governo, que usufruíram de condições de asilo. Tinha gente que dormia dentro
da piscina no Chile, e não eram
60 pessoas. Em alguns casos,
no Chile, houve 300 [pessoas
na embaixada]. O processo de
asilo diante de um golpe militar
não deve ser controlado pela
embaixada dos países aos quais
as pessoas recorreram. O processo de asilo é responsabilidade da quebra de liberdade em
um determinado país", disse.
Contestada sobre o status de
Zelaya, que segundo o governo
brasileiro não é asilado político,
a ministra respondeu que o importante é valorizar a democracia. "Pode ser asilo, abrigo. Éramos dissidentes e oposicionistas aos governos, minha geração. Eu sou uma defensora do
regime democrático, das liberdades civis e dos direitos humanos. Tenho certeza que a grande maioria dos brasileiros é.
Nós somos uma das maiores
democracias do mundo. A gente tem de valorizar isso."
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