São Paulo, quarta-feira, 01 de novembro de 2000

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EUA apontaram falhas na Boeing

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma investigação técnica especial dos EUA descobriu falhas "sistêmicas" de qualidade nas fábricas da Boeing, incluindo desrespeito a normas técnicas para o uso de equipamentos, mas não encontrou nenhum problema de segurança nas aeronaves que estão em operação, disse ontem o governo dos EUA.
A investigação, conduzida durante 11 semanas por 18 engenheiros e inspetores do governo dos EUA, descobriu que os problemas de fabricação ocorridos no ano passado são "problemas sistêmicos e não eventos isolados", de acordo com a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA.
A companhia afirmou estar de acordo com as descobertas da FAA e anunciou um plano detalhado para "melhorar a eficiência de nosso processo".
A Boeing concordou em contratar 300 novos inspetores para trabalhar em tempo integral na linha de produção de suas fábricas, localizadas nos arredores de Seattle, que produzem os modelos 737, 747, 757, 767 e 777. Além disso, a empresa irá colocar 70 inspetores para fiscalizar as linhas de produção de empresas que fabricam peças vitais de suas aeronaves.
A Boeing afirmou querer manter um controle rígido de seu programa de qualidade "e dos índices de excelência em segurança atingidos por nossos produtos".
A investigação, realizada entre dezembro e fevereiro, concluiu que as inspeções realizadas pela própria Boeing em sua linha de montagem eram "inadequadas" e que alguns operários trabalhavam fazendo uso de "conhecimento tribal", usavam técnicas antigas que, de alguma maneira, continuavam funcionando, mas que eram um desvio do procedimento recomendado para a produção, declarou John Hickey, coordenador do órgão responsável pelos transportes aéreos dos EUA.
Segundo Hickey, todos os problemas citados no relatório já foram corrigidos. A Boeing, a maior montadora mundial de aviões, disse ter tratado a respeito de 107 pontos com os investigadores, 20 dos quais diziam respeito a problemas específicos de engenharia.
Beth Erickson, responsável da FAA pela certificação da qualidade de empresas aéreas, negou-se a comentar a possibilidade de a Boeing ser multada. Hickey também disse ontem que a FAA ainda não poderia declarar se iria ou não propor uma sanção à Boeing em razão das falhas apontadas no relatório.


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