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VIZINHO EM CRISE
Ao menos 40 militares já se entregaram
Oficial rebelado quer "diálogo com dignidade" com governo peruano
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O tenente-coronel Ollanta Humala Tasso, à frente de apenas sete homens, permanecia ontem
encurralado pelo Exército na região andina no sul do Peru. Ele
disse que assume a responsabilidade pela sublevação e que está
disposto a aceitar um "diálogo
com dignidade" com o governo.
"Estou bem, vou assumir o custo e espero que não haja derramamento de sangue", declarou Humala Tasso, 38, que se sublevou
no último domingo contra o presidente Alberto Fujimori.
Cerca de 40 homens que o
acompanhavam e que desistiram
de seguir sob seu comando chegaram a bordo de helicópteros ontem ao aeroporto de Moquegua,
1.100 km ao sul de Lima, em meio
a medidas especiais de segurança.
Depois de reconhecer que sofreu deserções, Humala afirmou
que "a verdade não passou para o
outro lado". O grupo de oito rebelados foge de cerca de 400 soldados das forças leais a Fujimori,
mas sua captura seria iminente,
segundo o governo.
Em ligação telefônica à rede Panamericana TV Canal 5, o tenente-coronel afirmou que outros
militares poderiam participar da
sublevação. "Não perco a esperança, há comandantes que me
ofereceram seu apoio", disse Humala. Ele acrescentou, no entanto, que, "do falar ao agir, há uma
longa distância".
Na declaração em que expôs os
motivos do levante, Humala Tasso disse que desconhecia a autoridade de Fujimori e pedia a prisão
e o julgamento de Vladimiro
Montesinos, ex-chefe informal do
serviço secreto. Ele também criticou as mudanças nos postos de
comando das Forças Armadas
feitas por Fujimori no sábado.
Foram substituídos o comandante-geral do Exército e das Forças Armadas, general José Villanueva, pelo general Walter Chacón Málaga; o comandante da
Marinha, Antonio Ibárcena, pelo
contra-almirante Victor Ramos; e
o comandante da Força Aérea,
Elesván Bello, pelo general Carlos
Balarezo.
As mudanças foram vistas como uma tentativa de Fujimori de
mostrar autoridade sobre as Forças Armadas e distanciamento de
seu ex-assessor Montesinos. Na
semana passada, Montesinos retornou ao Peru após quase um
mês no Panamá, onde buscava
asilo político, causando rumores
de um golpe de Estado.
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