São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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General da linha dura é chamado para a Defesa

DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Ariel Sharon, convidou ontem um ex-comandante linha-dura do Exército para o posto de ministro da Defesa, deixado vago após o fim de sua aliança com os trabalhistas.
Sharon, que terá de compor um governo de direita ou convocar eleições antecipadas, escolheu Shaul Mofaz para o cargo. Mofaz encabeçou as forças israelenses durante a maior parte do conflito com os palestinos e defendia a expulsão do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat. Ele pediu alguns dias para pensar no convite, mas estaria propenso a aceitá-lo.
A manobra do premiê é um indício de que pode tentar governar cercado de nacionalistas e religiosos contrários ao diálogo com os palestinos e defensores da expansão dos assentamentos judaicos na faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Arafat disse que o convite a Mofaz é um mal presságio para o futuro do conflito no Oriente Médio: "Mofaz de um lado, [Moshe] Ya'alon do outro e Sharon sobre eles -o que você imagina que acontecerá na região?"
Moshe Ya'alon, vice de Mofaz que assumiu o comando das Forças Armadas em julho, segue a linha de seu predecessor: acredita no uso da força militar como a melhor maneira de encerrar o levante palestino iniciado em setembro de 2000.
Sharon, que, sem os votos do Partido Trabalhista, tem agora apenas 55 deputados na coalizão (de um total de 120), começou a negociar a adesão ao governo da coligação de extrema direita União Nacional-Israel Beitenu (sete deputados).
Eles poderiam garantir a Sharon a maioria que necessita para governar e derrotar as moções de desconfiança da oposição -a primeira delas será votada na segunda-feira.


Com agências internacionais


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