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RELATÓRIO
Human Rights Watch critica Arafat e extremistas
Atentados suicidas são "crimes contra a humanidade", diz ONG
DO "THE INDEPENDENT"
A organização defensora dos
direitos humanos Human Rights
Watch (HRW) divulga hoje relatório classificando os atentados
suicidas palestinos de "crimes
contra a humanidade" e "crimes
de guerra". O documento pede
que sejam julgados os responsáveis pelos ataques, incluindo a liderança política de grupos extremistas como o Hamas.
O grupo , sediado em Washington e crítico contumaz de Israel,
diz não ter encontrado evidências
capazes de sustentar as acusações
do governo israelense de que o líder palestino Iasser Arafat e a sua
Autoridade Nacional Palestina
(ANP) tenham ordenado ações
suicidas contra civis. Mas a HRW
critica Arafat por inação.
Mais de 415 civis já morreram e
mais de 2.000 ficaram feridos em
atentados de terroristas palestinos desde o início da atual Intifada (levante contra a ocupação),
em setembro de 2000. A maioria
desses ataques foram suicidas.
Com longas entrevistas com as
vítimas do terrorismo, o documento traça um quadro devastador do efeito causado pelas explosões. "Tudo explodiu", disse Daniel Turjeman, 26, ferido em atentado no café Moment, em Jerusalém, em março. "Senti que meu
braço não estava conectado ao
meu corpo. O amigo que estava
comigo veio me procurar. Ele me
perguntou o que tinha acontecido
com o olho dele. Eu não queria
contar que o olho dele estava pendurado para fora, preso apenas
por alguns ligamentos."
A maioria dos atos suicidas são
de autoria de quatro grupos: Hamas, Jihad Islâmico, Frente Popular pela Libertação da Palestina e
Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.
Enquanto os primeiros três se
opõem a Arafat, as Brigadas são
ligadas ao Fatah de Arafat.
Julgamentos do passado por
crimes contra a humanidade contra líderes políticos sempre dependeram da possibilidade de determinar a sua responsabilidade
por meio de uma cadeia de comando direta. No caso de Arafat,
diz o relatório, não há provas.
Após analisar documentos oferecidos por Israel, a HRW diz não
ter achado evidências "de que
Arafat e a ANP planejaram, ordenaram ou executaram atentados
suicidas ou outros ataques contra
civis". O grupo descobriu que dinheiro foi encaminhado a extremistas por altos funcionários da
ANP, mas não achou provas de
que Arafat soubesse a finalidade
desses recursos.
O relatório argumenta, porém,
que ao deixar de condenar publicamente atentados suicidas e outros ataques, Arafat fez com que
esses atos se tornassem aceitáveis
aos palestinos. A HRW o acusa de
não ter feito o suficiente para
prender os responsáveis pelos
ataques e levá-los à Justiça.
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