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PLEITO LEGISLATIVO
Na terça, americanos renovam a maior parte do Congresso; processo de impeachment é retomado na quarta
Eleição nos EUA decide o futuro de Clinton
MARCELO DIEGO
de Nova York
As eleições gerais nos Estados
Unidos, que acontecem na próxima terça-feira, podem virar um
plebiscito sobre o futuro político
do presidente Bill Clinton.
Os cerca de 182 milhões de norte-americanos aptos a votar irão escolher todos os 435 novos representantes (deputados) da Câmara,
34 senadores (de um total de 100) e
36 novos governadores (de 50).
São os representantes e os senadores que decidirão sobre a manutenção de Clinton no cargo ou, no
mínimo, sobre a governabilidade
nos seus dois últimos anos de
mandato. Um dia depois da eleição
começam as audiências públicas
no processo de impeachment movido contra Clinton.
O presidente teve, segundo suas
próprias palavras, uma relação
não apropriada com a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky. Segundo inquérito preparado pelo promotor independente
Kenneth Starr, Clinton cometeu 15
crimes ao tentar esconder o fato.
Entre as acusações imputadas a ele
estão falso testemunho, constrangimento ilegal de testemunhas e
obstrução da justiça.
A Comissão de Justiça da Câmara, a partir de quarta-feira, começa
a ouvir os depoimentos de diversas
pessoas envolvidas no caso.
Ao final das audiências, que não
têm prazo para terminar, a Comissão vota o pedido de impeachment
que então é submetido ao plenário
da Câmara. A decisão então é encaminhada ao Senado. O presidente só é afastado se dois terços dos
senadores votarem a favor do impeachment.
Hoje, a Câmara é dominada pelos republicanos, com 227 cadeiras. Os democratas têm 206. Há
uma cadeira vaga e outra ocupada
por um político independente.
Nos EUA, o voto é distrital e não-obrigatório. Pelo perfil das eleições
passadas, em pleitos não-presidenciais, o perfil típico de quem se
dispõe a votar é o de um homem
idoso, conservador e de cor branca. Essa é também a descrição do
eleitor republicano médio.
A saturação pública do caso Lewinsky, porém, pode levar os democratas a participarem mais ativamente das eleições.
Exatamente com medo dessa
reação é que os republicanos praticamente não citaram o escândalo
na campanha. As primeiras propagandas alusivas ao caso foram ao
ar apenas na última semana.
Segundo pesquisa do jornal
"USA Today", que será publicada
hoje, a composição da Câmara e do
Senado deve ficar estável.
Essa é uma boa notícia para os
democratas. Os republicanos esperavam aumentar em dez cadeiras
sua bancada na Câmara. Desejavam também eleger três senadores
a mais. Se o processo de impeachment chegar ao Senado, os republicanos vão precisar de 67 votos
para aprová-lo. Hoje, têm 55.
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