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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Arafat envia delegação palestina; para Sharon, plano é subversivo

Acordo de Genebra é lançado hoje

DA REDAÇÃO

Membros da Autoridade Nacional Palestina (ANP) concordaram em participar da cerimônia hoje em Genebra (Suíça) que lançará uma iniciativa de paz simbólica para o Oriente Médio. Pouco antes, os palestinos haviam ameaçado cancelar a sua participação.
Dois ministros e um parlamentar palestinos disseram que decidiram comparecer depois que receberam o sinal verde do presidente da ANP, Iasser Arafat. "Dissemos que não iríamos sem uma autorização. Agora nós a temos", disse o ministro Qadoura Fares.
Inicialmente Arafat havia recusado dar uma autorização escrita. Fares vai a Genebra com o ministro Hisham Abdel Razek e o legislador Khatem Abdel Khader, todos membros do Fatah, o grupo político de Arafat. O conselheiro de segurança nacional palestino Jibril Rajoub deverá juntar-se à delegação a pedido de Arafat.
A ausência de membros da ANP teria enfraquecido o impacto do Acordo de Genebra, que não tem caráter oficial. Ele apenas pretende mostrar que um entendimento entre israelenses e palestinos é possível. O acordo, "negociado" por palestinos moderados e membros da oposição israelense, traz entendimentos sobre pontos polêmicos -como o estatuto de Jerusalém e o "direito de retorno" de refugiados palestinos- bem como sobre as fronteiras entre os dois Estados.
O premiê israelense, Ariel Sharon, qualifica o acordo como "subversivo" e diz que os políticos da oposição que nele trabalharam não tinham o direito de fazer concessões no nome de Israel.
Pelo lado israelense, estarão em Genebra Yossi Beilin e Yael Dayan - filha do general Moshe Dayan- que participaram da negociação do acordo e acabam de formar um novo partido social-democrata chamado Yaad.
Arafat manifestou simpatia pelo plano, mas não lhe deu aprovação formal. Nos últimos dias, setores de linha dura do Fatah fizeram críticas ao acordo. Disseram que as concessões previstas prejudicariam futuras negociações.

Cúpula
Sharon rejeitou ontem a exigência de seu homólogo palestino, Ahmed Korei, de suspender a construção da polêmica barreira que corta a Cisjordânia como condição para aceitar conversações diretas. Apesar disso, continuam os esforços para tornar possível uma cúpula entre Sharon e Korei. O ministro palestino Saeb Erekat reuniu-se ontem com o chefe de gabinete de Sharon, Dov Weisglass, para acertar a agenda.


Com agências internacionais


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