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CONCORRÊNCIA
França, Reino Unido e Alemanha atropelariam atribuições da Otan, ao prever "estrutura de cooperação"
Defesa européia causa mal-estar com EUA
DA REDAÇÃO
Os ministros da Defesa dos países que integram a Otan, a aliança
militar do Atlântico Norte, reúnem-se hoje em Bruxelas com
Donald Rumsfeld, secretário norte-americano da Defesa.
O encontro, rotineiro na agenda
da organização, ganha peso depois que os ministros do Exterior
da União Européia, reunidos sexta e sábado, em Nápoles, definiram uma "estrutura de cooperação" militar dentro do bloco.
As discussões da União Européia ocorrem no processo de elaboração de uma Constituição que
regulará as relações entre seus 15
membros e dos outros dez que
passarão a integrá-la em breve.
A França, o Reino Unido e a
Alemanha definiram em Nápoles
uma forma de integração militar
que poderia concorrer com as ligações que os três países mantêm
com os EUA, por meio da Otan.
O jornal "Le Monde" afirma
que assessores do presidente
George W. Bush exprimiram ressalvas ao acordo fechado entre
Paris, Londres e Berlim.
Os EUA se opõem à "capacidade de planificação e conduta de
operações", vista como embrião
de um quartel-general europeu.
Os britânicos ficaram numa situação difícil, nota o "Le Monde",
divididos entre a vontade de permitir a progressão da defesa européia e a de preservar suas relações
especiais com Washington.
Um certo mal-estar era perceptível em Nápoles. Dominique de
Villepin, chanceler francês, confirmou a existência do acordo entre os três países.
O ministro do Exterior alemão,
Joschka Fischer, evocou o acordo
e insistiu na criação de uma vanguarda de países europeus, desejosos de fortalecer a cooperação
em questões de defesa. Jack Straw,
chanceler britânico, afirmou que
a UE deveria se capacitar para o
planejamento de ações militares.
Mas outros países, como a Polônia, disseram que nada deveria
ser feito ao preço do enfraquecimento da Otan.
Michel Barnier, comissário que
presidiu o grupo de trabalho sobre a defesa, afirmou que ninguém trabalharia contra a Otan.
As resoluções do encontro, divulgadas pelo governo italiano,
que exerce a presidência da União
Européia, mencionam a Aliança
Atlântica como uma "primazia".
A iniciativa franco-germano-britânica, relativa a políticas de
defesa de longo prazo, deve amenizar, para os europeus, as consequências do esfriamento das relações com os EUA, hoje centrados
no Oriente Médio e no Iraque.
Com agências internacionais
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