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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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CONCORRÊNCIA

França, Reino Unido e Alemanha atropelariam atribuições da Otan, ao prever "estrutura de cooperação"

Defesa européia causa mal-estar com EUA

DA REDAÇÃO

Os ministros da Defesa dos países que integram a Otan, a aliança militar do Atlântico Norte, reúnem-se hoje em Bruxelas com Donald Rumsfeld, secretário norte-americano da Defesa.
O encontro, rotineiro na agenda da organização, ganha peso depois que os ministros do Exterior da União Européia, reunidos sexta e sábado, em Nápoles, definiram uma "estrutura de cooperação" militar dentro do bloco.
As discussões da União Européia ocorrem no processo de elaboração de uma Constituição que regulará as relações entre seus 15 membros e dos outros dez que passarão a integrá-la em breve.
A França, o Reino Unido e a Alemanha definiram em Nápoles uma forma de integração militar que poderia concorrer com as ligações que os três países mantêm com os EUA, por meio da Otan.
O jornal "Le Monde" afirma que assessores do presidente George W. Bush exprimiram ressalvas ao acordo fechado entre Paris, Londres e Berlim.
Os EUA se opõem à "capacidade de planificação e conduta de operações", vista como embrião de um quartel-general europeu.
Os britânicos ficaram numa situação difícil, nota o "Le Monde", divididos entre a vontade de permitir a progressão da defesa européia e a de preservar suas relações especiais com Washington.
Um certo mal-estar era perceptível em Nápoles. Dominique de Villepin, chanceler francês, confirmou a existência do acordo entre os três países.
O ministro do Exterior alemão, Joschka Fischer, evocou o acordo e insistiu na criação de uma vanguarda de países europeus, desejosos de fortalecer a cooperação em questões de defesa. Jack Straw, chanceler britânico, afirmou que a UE deveria se capacitar para o planejamento de ações militares.
Mas outros países, como a Polônia, disseram que nada deveria ser feito ao preço do enfraquecimento da Otan.
Michel Barnier, comissário que presidiu o grupo de trabalho sobre a defesa, afirmou que ninguém trabalharia contra a Otan.
As resoluções do encontro, divulgadas pelo governo italiano, que exerce a presidência da União Européia, mencionam a Aliança Atlântica como uma "primazia".
A iniciativa franco-germano-britânica, relativa a políticas de defesa de longo prazo, deve amenizar, para os europeus, as consequências do esfriamento das relações com os EUA, hoje centrados no Oriente Médio e no Iraque.


Com agências internacionais


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